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Polícia

Suspeita de espancar filha de 2 anos, adolescente dizia que 'não ia dar em nada' por ser menor

Laudo médico comprova que não houve abuso de bebê; criança continua em estado grave

18 outubro 2017 - 09h28Por Liziane Berrocal
Suspeita de espancar filha de 2 anos, adolescente dizia que 'não ia dar em nada' por ser menor

A família da adolescente suspeita de espancar a filha, de apenas de dois anos, acusa a menina de levantar falsas informações para tumultuar as investigações. “Ela diz que há abuso sexual para tumultuar, já tinha dito que faria isso porque ela sempre bateu na menina, denunciei várias vezes e ela dizia que ela era menor, que não dava em nada e ninguém ia tirar a filha dela”, denúncia a irmã da adolescente e tia da criança.

Para rebater as acusações, a tia da pequena Maria (nome fictício para preservar a identidade da criança) afirmou que a adolescente teria inventado a “história de abuso sexual para desviar o foco”.

“Temos o laudo que mostra que ela não sofreu nenhum tipo de violência sexual. Ela usa a mentira para esconder a violência contra a bebê”, explica, mostrando o laudo médico que atesta que a criança está com as partes intimas preservadas. “Ela também diz que foi estuprada aos 11 anos pelo meu padrasto, algo que nunca foi comprovado. Aos 16 anos, nunca aceitou conselho de ninguém e está no quarto marido. Meu padrasto não aceitava esse novo marido dela em casa sem trabalhar e ela resolveu acusar ele e minha mãe”, afirmou.

A reportagem teve acesso ao laudo médico que diz que a criança tem hímen integro, ausência de lesões traumáticas e ânus sem nenhum tipo de alteração. “Só ler (o laudo), ela disse que minha sobrinha se batia e se arranhava. Uma criança de dois anos teria força para fazer isso?”, questiona sobre a versão da mãe da menina.  

Para a polícia, a adolescente contou a versão que a criança teria escorregado no tapete e caído.

Laudo médico comprova violência

O laudo assinado por uma médica pediatra diz que a criança chegou ao hospital com manchas roxas nos olhos, com pupilas alteradas (pelo estado de semiconsciência), manchas e escoriações pelo corpo e coluna, além de lesão no intestino e também traumatismo craniano.

“Minha sobrinha vai ter que passar por uma cirurgia no cérebro, está em estado gravíssimo e ainda a polícia quer que a gente prove mais o quê? É revoltante porque fizemos várias denúncias ao Conselho Tutelar de Coxim e teve que a polícia e o Conselho Tutelar da Capital agirem”, reclamou.

De acordo com a denúncia da tia, a jovem sempre falava que “não ia dar nada”, o que acabou revoltando ainda mais. “Mandamos e-mail, fotos, fizemos denúncia. Ela falava que não ia dar nada. Deu, olha onde a minha sobrinha está”.

Suspeitas

A Polícia Civil está investigando o que aconteceu e ouvindo todos os envolvidos. E, segundo a delegada responsável pelo caso, Sandra Regina Simão de Brito, toda a família é suspeita de ter participado do espancamento da criança.

A adolescente tem outra criança de quatro meses e o Conselho Tutelar de Campo Grande já solicitou o afastamento dela dos dois filhos.

Estado gravíssimo

Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, a criança chegou no hospital no dia 12 e foram feitos os trâmites de denúncias. Ela teria passado por procedimento cirúrgico no intestino e também em um dos olhos por causa dos ferimentos na cabeça. Com a necessidade urgente de um leito de UTI, a criança foi regulada para o Hospital Universitário na noite deste domingo.