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Polícia

15/08/2017 15:17

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Caso PRF: juiz conclui que flambadores foram 'provas plantadas' e não têm validade

Objetos não estavam na hora do crime e inquérito vai apurar quem os colocou no veículo

O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida concluiu que os flambadores encontrados por peritos na caminhonete do empresário assassinado pelo policial rodoviário Ricardo Su Moon foram plantados. O magistrado, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, diz que há processo aberto para investigar quem colocou o objeto ali e por qual motivo.

Em sua decisão, Garcete explicou que diante das provas trazidas ao juízo, os objetos não estavam no veículo da vítima, Adriano Correia do Nascimento, em 31 de dezembro no dia do crime. Eles 'apareceram' dias depois após uma perícia complementar. O magistrado enfatizou que o caso das provas plantadas é 'fato superado'.

“Claro que a colocação criminosa desses flambadores no interior do veículo Toyota Hilux, quando se encontrava perito para realização de perícia, constitui fato gravíssimo, mas que constitui delito autônomo e que está sendo apurado em inquérito policial distinto. Ademais, a Corregedoria Geral da Polícia Civil também apura se há participação de servidores do Instituto de Perícias nessa teórica ilegalidade”, explicou o magistrado.

Agora, conforme o magistrado, o processo segue seu curso normal e ele deve decidir, em breve, se o réu deve ir a júri popular ou não.

(Hilux da vítima onde flambadores foram colocados - Foto: Luis Vilela/OEMS)

O encontro dos objetos na Hilux da vítima foi motivo de muita polêmica. Peritos chefes e auxiliares do Instituto de Criminalística de Mato Grosso do Sul tiveram de prestar depoimento à Justiça e trocaram acusações.

Em outro episódio, o juiz teve a determinação de perícia em celulares de peritos ignorada pela direção da Polícia Civil e chegou a ameaçar tomar providências mais 'severas'. Logo após, os celulares dos servidores foram entregues para análise.

(Juiz vai decidir se réu vai a júri popular)

O crime

Por volta das 4h30 do dia 31 de dezembro do ano passado, o PRF Ricardo Moon, que dirigia uma Pajero, se envolveu em uma briga de trânsito com o empresário Adriano Correia do Nascimento, que seguia em uma caminhonete Hilux, na Avenida Ernesto Geisel.

O empresário e o policial iniciaram uma discussão, quando Moon decidiu acionar a Polícia Militar. Instantes depois, após mais bate boca, o PRF sacou sua pistola .40 e atirou contra os ocupantes do veículo, que além de Adriano, estavam mais dois homens.

O jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial, de 48, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa depois de ter visto um objeto escuro que poderia ser uma arma, na mão de uma das vítimas, durante a tentativa de fuga do empresário com caminhonete. Ele também teria sido atingido pela camionete. No interior do veículo, os investigadores encontraram apenas celulares das vítimas.

 

 

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