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Polícia

19/01/2018 08:49

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'Como vou ficar sem a minha filha?', diz pai de bebê morta em acidente em Copacabana

Maria Louise tinha oito meses e é a primeira vítima fatal de acidente

O pai da bebê Maria Louise, de oito meses, morta no acidente que deixou 17 vítimas em Copacabana, na noite desta quinta-feira, chamou de "assassino" o motorista responsável pelo acidente. Antonio de Almeida Anaquim, de 41 anos, alegou ter tido um ataque epilético na direção. Ele avançou pela Avenida Atlântica e atingiu a areia da praia de Copacabana, atropelando diversas pessoas. Abalado, o motorista do aplicativo Uber, Darlan Rocha, de 27 anos, lamentou a morte da menina e questionou o fato de Antonio estar dirigindo.

— Como é que ele toma remédio de epilepsia e tem carteira? Ele é um assassino. Não era para ter carteira de motorista e nem estar na rua. Ele é um assassino, matou minha filha. Como é que eu vou ficar sem a minha filha? Eu estava trabalhando na hora, minha mulher estava passeando com ela na praia no carrinho do bebê, aí ele veio atropelando todo mundo — disse, nervoso.

Ainda segundo Darlan, a mãe da menina, Niedja Araújo, de 24 anos, está internada em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. No entanto, ainda não há informações oficiais sobre o estado de saúde dela.

Daria Iasmar, de 40 anos, auxiliou o resgate de Maria Louise e de Niedja. Ela afirmou ter recebido a criança de oito meses, desacordada, dos braços da avó e a levou, junto com guardas municipais, para a UPA de Copacabana. O bebê morreu após diversas tentativas de ressuscitação.

— Primeiro, encontrei a mãe que parecia estar com a perna quebrada repetindo “meu bebê, meu bebê”. Perguntei se ela estava grávida. De repente, a avó chegou com a criança desmaiada. Peguei no colo e segui para a UPA num carro da Guarda. Depois de 50 minutos de tentativas de ressuscitá-lo, ela não suportou — contou Daria, chorando.

Por volta das 20h30m, o carro desgovernado dirigido por Antonio subiu o calçadão e invadiu a areia da praia. O atropelamento aconteceu numa noite de intenso calor, quando a orla ainda estava cheia, e provocou pânico e desespero. Diante da cena de pessoas caídas, algumas gravemente feridas, moradores do bairro, banhistas e turistas que estavam nas imediações correram para socorrer as vítimas.

Até o fim da noite desta quinta-feira, ainda eram desencontradas as informações sobre o estado de saúde dos atropelados. Os feridos foram levados para os hospitais Miguel Couto, na Gávea, e Souza Aguiar, no Centro. O motorista, Antônio de Almeida Anaquim, de 41 anos, alegou ter sofrido um ataque epilético.

A grande confusão que se formou na altura da Rua Figueiredo de Magalhães levou o Centro de Operações da prefeitura a interditar as duas pistas da Avenida Atlântica. Policias militares atuaram junto com bombeiros e guardas municipais. Mesmo com a ajuda de voluntários, uma hora depois do atropelamento ainda havia feridos em todo o trecho da praia. Duas ambulâncias foram mobilizadas, mas houve queixas de demora no socorro.

O veículo dirigido por Antonio estava com licenciamento vencido desde 2016 e tinha três multas por estacionamento em local proibido. Segundo o site da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), pessoas com intervalos curtos entre as crises não devem dirigir e aquelas com longos intervalos entre as crises podem ser consideradas capazes de dirigir com segurança. A página diz ainda que "a princípio a epilepsia e o uso de medicamentos antiepilépticos não incompatibilizam o candidato à direção de veículos, salvo se o quadro não estiver controlado, sujeitando a pessoa a crises com alteração de consciência".

 

  

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