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Polícia

há 7 anos

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Em primeiro depoimento, PRF diz que matou empresário por 'certeza que seria atropelado'

Ricardo Su Moon negou excessos e afirma que obrigatoriedade de identificação policial 'só ocorre em filme'

No último dia de depoimentos sobre o caso da morte do empresário Adriano Correia do Nascimento, o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47, disse que atirou sete vezes contra as vítimas em legítima defesa, por medo de ser atropelado. O agente contou versão diferente apresentada até o momento por testemunhas de defesa e outras vítimas, o adolescente de 17 anos e Agnaldo.

Ele reiterou a parte em que foi fechado no trânsito, enquanto seguia para o trabalho pela Avenida Ernesto Geisel, em 31 de dezembro de 2016, pelo veiculo conduzido por Adriano. Seu relato aponta que, assustado com a manobra, apenas seguiu pela via e parou no sinal vermelho. Logo em seguida, quando Adriano teria trocado de faixa - entre as três da avenida -  e se posicionado atrás de sua camionete, considerou a atitude suspeita, já que a rua estaria deserta e ainda não havia amanhecido.

Foi então que ele relata ter descido de seu carro e iniciado a abordagem ao trio. 'Estava receoso, com medo de ser assaltado, e desci porque nunca se fica de costas ao perigo', disse. Sua primeira impressão foi de que os ocupantes do veículo estavam embriagados, o que justificaria sua voz de parada em área urbana, que não é de competência da PRF. 

Contudo, o policial, que não estava uniformizado, não se identificou formalmente, apesar de os ocupantes pedirem comprovação de sua identidade. 'Essa coisa de identificação é só em filme, porque basta minha palavra. Eu também não teria como retirar o papel de identificação do meu bolso, já que estava com as duas mãos ocupadas, uma no celular em contato com a PM, e outra sob a arma já'. 

Sobre o uso do uniforme, Moon conta que estava com a farda da PRF embaixo da camisa polo listrada, pois isso dá mais segurança na hora de se deslocar para o serviço. Porém, não soube explicar porque não levantou a camisa e mostrou a farda a fim de acalmar as vítimas.  
 

Moon relata também que foi recém empossado e ainda não tinha a carteirinha funcional. O momento de maior tensão, segundo o PRF, foi quando ele focou uma lanterninha no adolescente e viu uma movimentação estranha e achou que alguém iria pegar uma arma. Ele então teria pedido para ver a mão dos três, porém não foi obedecido. O reforço da Polícia Militar teria sido acionado a partir do momento em que as vítimas começaram a xingá-lo. 

No depoimento, consta que Ricardo Moon não desceu armado e sim tirou a pistola da cintura após a vítima Agnaldo descer do carro. ''Puxei a arma para que ele se afastasse'', relatou o réu. 

Disparos 

O momento crucial daquela manhã de 31 de dezembro foi relatado por Moon como impossível de ter sido evitado. Isso porque, segundo o acusado, o empresário Adriano teria tentado sair com o carro e inclusive bateu de leve na perna dele. Foi aí que sentiu medo de ser atropelado e atirou sete vezes contra os passageiros da caminhonete. Moon foi questionado pela acusação e pelo juiz se não havia outra opção, como imobilizar os suspeitos ou atirar somente contra os pneus do carro, porém ele disse que não. Alegou ainda que, tecnicamente, não houve disparos excessivos. 

Ainda em relação aos disparos, o policial foi questionado se na condição de expert em tiros, inclusive com participações em torneios oficiais, ele respondeu que 'habilidade com armas não tem a ver com instinto''. 

Mais depoimentos

Além do réu, Bruna Silva, funcionária da boate Non Stop, onde Adriano e as demais vítimas estavam momentos antes do crime, revelou que Adriano tinha histórico de brigas com funcionários, mas desconhecia sobre uso de drogas e que no dia a vítima fatal estava aparentemente normal. O depoimento dela foi semelhante ao prestado pelo empresário Christian Queiroz, na audiência anterior, também dedicada à defesa do policial rodoviário. 

 

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