Enquanto aguardava o socorro para Lucas Henrique Souza Mateus, o estudante de medicina Rodrigo Souza Augusto foi ameaçado por amigos da vítima de atropelamento. Segundo depoimento prestado à polícia, pessoas que estavam no local disseram: “conhecemos você e sabemos onde encontrá-lo, caso a vítima morra, você também irá morrer”.

Apesar das ameaças, Rodrigo decidiu não representar criminalmente contra os envolvidos. Para a polícia, o universitário contou que ingeriu cerca de oito copos de cerveja na casa de um amigo que morava nas proximidades, mas acreditava não estar embriagado, estando em condições para dirigir.

Também destacou que ele mesmo acionou o socorro e aguardou no local, se submetendo voluntariamente ao teste de alcoolemia, que pontuou 0,85ml/l. O rapaz também afirmou que o sinal estava verde para ele, sendo que Lucas, supostamente, entrou na via repentinamente, o que poderia ser comprovado pelas câmeras de segurança do local.

Rodrigo chegou a ser preso após o atropelamento, mas foi liberado da prisão no mesmo dia dos fatos, após pagar fiança no valor de 54 salários mínimos, ou seja, R$ 50.598,00. Segundo a decisão do juiz Aldo Ferreira da Silva Junior, ele deverá comparecer mensalmente ao fórum para informar e justificar suas atividades e está proibido de deixar a cidade sem prévia autorização judicial.

Além disso, o universitário é obrigado ao recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga; monitoração eletrônica para a fiscalização do cumprimento das medidas de proibição; suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, com prazo inicial de seis meses ou até o julgamento da ação penal.

O acidente

Lucas atravessava a rua com um grupo de amigos quando foi colhido por um veículo HB20 de cor branca na madrugada do sábado (25). Segundo o delegado que investiga o caso, Hoffman D'Ávila Cândido e Souza, o sinal estava verde para o motorista, mas a vítima estava na faixa de pedestres, quase ao final da rua, o que não ameniza a situação.

Rodrigo aguardou a chegada do socorro no local e não tem ficha criminal. Porém, conforme Hoffman, ele estava com 0,85 ml de álcool por litro de sangue, quando os casos de multa administrativa são de até 0,3 ml/l. Também estava cambaleante e com olhos vermelhos na hora da autuação.