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Polícia

28/04/2017 17:00

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Falso médico alega ter forjado formação e trabalhado por ‘desespero’ em ajudar mãe com câncer

Marx Ortiz utilizava dados de médico de Campo Grande para atuar ilegalmente e foi preso após morte de paciente

Preso na quarta-feira (26) após chegar a ser considerado foragido da Justiça, Marx Honorato Ortiz, 38 anos, que utilizava dados falsos para atuar como profissional diz ter agido ilegalmente para custear tratamento da mãe, que sofre de câncer. O 'falso médico' foi preso em Campo Grande após perseguição que durou alguns minutos e é acusado pelos crimes de falsidade ideológica, exercício irregular da profissão e homicídio doloso, após a morte de um paciente no município de Paranhos, a 476 km da Capital.

Conforme seu advogado, José Marcos Maksoud Junior, Marx chegou a estudar até o sexto período de medicina na Bolívia, mas acabou cometendo o crime de falsidade ideológica e exercício irregular da profissão por 'desespero'. Para tanto, ele utilizou nome e número do CRM (Conselho Regional de Medicina) do médico Marcel Marques Peres, formado na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Ao lado, documento que seria o certificado de habilitação para realizar residência médica, o que teria sido apresentado antes de sua contratação:

''Ele estava numa situação de extremo desespero, porque a mãe dele estava com câncer, não pensou no que fez e está arrependido. Algumas acusações são incontestáveis, no entanto, quanto a especificamente o crime de homicídio, ele nega contundentemente que tinha intenção de matar e tem certeza absoluta de que atendeu paciente de maneira correta'', diz o defensor, que não soube informar qual seria o salário do cliente no hospital.

O acusado já foi ouvido na 7ª Delegacia de Polícia de Campo Grande pela delegada Cristiane Grossi de Araújo Rocha e permanece detido, aguardando resultado do pedido de habeas corpus pelo advogado.

Morte

Após cerca de três meses de atuação do acusado no Hospital Municipal de Paranhos,  a família de um paciente que morreu em dezembro de 2014 após ser diagnosticado pelo falso médico registrou boletim de ocorrência policial alegando negligência no atendimento. O homem de 56 anos teria morrido horas após ser liberado por Marx para se recuperar de um forte mal estar em casa.

O caso foi alvo de sindicância no CRM, que entrou em contato com o verdadeiro médico através de seu nome. O profissional entrou com processo na Justiça e também registrou boletim contra Marx, que ainda é investigado pela suspeita de ter atuado em outros municípios do Estado e, inclusive, como secretário de gabinete na Secretaria Municipal de Saúde de Amambai.


Advogado diz que Marx alega ter realizado atendimentos corretamente no tempo em que atuou como médico. (Foto: Reprodução)

A defesa trabalha com a tese de que o atendimento foi realizado corretamente, já que o acusado teria conhecimento para atuar e estaria 'prestes a receber seu diploma, após terminar residência no Brasil'. Antes, Marx chegou a trabalhar como secretário de gabinete no município de Amambai, a 350 km de Campo Grande.

 

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