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Polícia

Morte no trânsito: policial 'mocinho' e população 'bandida'?

Depoimento de assassino de empresário tem contradições

31 dezembro 2016 - 17h10Por Thiago de Souza

O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 46,  autor do crime que matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, na madrugada deste sábado (31), por motivo banal, alegou legítima defesa ao prestar depoimento, na manhã de hoje, na Depac Centro. Porém, a Polícia Civil tem informações de que foram sete os tiros disparados contra Nascimento, o que põe em dúvida a tese de Ricardo.

Outro ponto que gera dúvidas é por que a demora em decretar a prisão em flagrante do policial, instantes depois do crime, mesmo diante de todas as evidências colhidas no local, como o depoimento de várias testemunhas. Também não foi informado se o agente passou pelo bafômetro ou fez exame toxicológico.  

Testemunhas questionam o fato de tamanha agressividade por parte do policial, que utilizou de uma arma potente da corporação contra uma família desarmada e desprotegida. Sendo agente da Polícia Rodoviária Federal, o agente deveria estar preparado psicologicamente para situações de nervosismo extremo. Também teria condições de fazer um acompanhamento tático do veículo em questão enquanto chamasse reforço da Polícia Militar.

O receio, segundo testemunhas, é de que Ricardo Hyun Su Moon tenha tratamento privilegiado por parte de autoridades, pelo fato de ser policial.

Ricardo Hyun Su Moon alega que o empresário o fechou no trânsito e ‘partiu para cima dele’, o que motivou os disparos contra a caminhonete da vítima.

O caso

O autor e a vítima teriam se envolvido em uma briga de trânsito, quando o policial sacou a arma e  disparou aproximadamente sete vezes contra o empresário. Um adolescente, de 17 anos, que também estava no veículo, foi atingido na perna. Ferido, Adriano perdeu o controle da direção e bateu com a caminhonete em um poste. Ele morreu na hora.

A briga teria começado após o empresário 'fechar' o policial no trânsito.

O suspeito estava fardado no momento do crime e seguia para o interior do Estado, onde estava escalado para trabalhar.