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Polícia

MPE pede à Justiça que herdeiros de Alceu Bueno sejam réus na Coffee Break

Advogados do ex-vereador, já morto, haviam solicitado retirada dele do processo

08 fevereiro 2017 - 17h00Por Airton Raes
MPE pede à Justiça que herdeiros de Alceu Bueno sejam réus na Coffee Break

O Ministério Público Estadual solicitou a justiça que os herdeiros do ex-vereador Alceu Bueno se tornem réu no processo judicial, em relação a Operação Coffee Break, que apura suposta venda de votos pela cassação do ex-prefeito Alcides Bernal em troca de benefícios políticos e financeiros. Bueno foi assassinado no ano passado e seus advogados solicitaram que a denúncia contra o ex-vereador fosse arquivada.

Em 21 de setembro, o corpo de Alceu Bueno foi encontrado carbonizado em uma estrada vicinal do Parque dos Poderes em Campo Grande.

Os advogados de defesa em 09 de novembro anexaram a certidão de óbito de Alceu Bueno solicitando que o nome de Bueno fosse inocentado de forma sumária e retirado do processo.O Ministério Público Estadual se manifestou e entrou com pedido para que os herdeiros diretos de Alceu Bueno passassem a constar como réus no processo da Coffee Break.

“O art 110 do Código de processo civil diz que ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores. Ademais, no caso de improbidade administrativa, existe previsão específica no sentido de os sucessores do responsável por atos dessa naturezares ponderem até o valor da herança”, citam os promotores Fernando Martins Zaupa e Cristiane Mourão Leal Santos.

Com isso o MPE solicitou que os herdeiros de Bueno, Iolanda Terezinha Banczek Bueno, Thaisa Caroline Banczek Bueno Laisa e Rebeca Banczek Bueno Almeidasejam notificar e passem a integrar a ação de improbidade administrativa e que também seja utilizada a herança deixada pelo ex-vereador, caso condenado ao ressarcimento de recursos.

Alceu Bueno, junto com mais 23 envolvidos, foi denunciado criminalmente pelo Ministério público Estadual durante a Operação Coffee Break, por supostamente ter recebido vantagens ilícitas econômicas e politicas pelo voto a favor da cassação do prefeito de Campo Grande Alcides Bernal.

Na lista elaborada pelo Ministério Público Estadual, com base em investigações conduzidas por força-tarefa especial e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), figuram políticos, empresários e servidores públicos.

Entre os nomes de maior destaque está o ex-governador André Puccinelli (PMDB), o prefeito afastado Gilmar Antunes Olarte (PROS) e o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PTB). Também constam na denúncia o procurador da Câmara Municipal André Scaff, os empresários João Baird, João Amorim, Fabio Machinski e Carlos Naegele.

Foram indiciados ainda o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB), Flavio Cesar (PSDB), Eduardo Romero (Rede), Gilmar da Cruz (PRB), Otávio Trad (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Jamal Salem (PR), Waldecy Chocolate (PTB), João Rocha (PSDB), Edson Shimabukuro (PTB), Edil Albuquerque (PTB) e Carlão Borges (PSB).

Também constam na lista os empresários Luiz Pedro Guimarães e Raimundo Nonato, responsáveis por apresentar a denúncia que culminou na cassação de Alcides Bernal.