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Polícia

há 7 anos

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Operação prende 48 e constata que sistema prisional de MS não dá conta de lideranças do PCC

Criminosos tinham intenção de atacar forças de segurança no Estado

Uma força-tarefa do Gaeco, Batalhão de Choque e Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar prendeu 48 criminosos na Operação Desdita, deflagrada na manhã desta terça-feira (18). Além de constatar que as lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) cometiam crimes mesmo dentro da cadeia, a investigação flagrou suspeitos arquitetando ataques às forças policiais do estado. 

A investigação que ocorreu em Campo Grande, Ponta Porã, Naviraí, Dourados e Mossoró (RN) chegou até nove lideranças da facção criminosa, mas como eles agiam livremente dentro dos presídios estaduais, foi necessária a transferência deles para presídios federais. Os suspeitos devem permanecer lá por pelo menos um ano. 

Dos 48 presos, 24 foram detidos em flagrante. Destes, 12 foram presos em Campo Grande, seis em Naviraí, quatro em Dourados, um em Ponta Porã e um em Mossoró. 

Com os criminosos foram apreendidas dez armas de grosso calibre, segundo a polícia. Além disso, havia quatro carros roubados ou furtados, pasta-base de cocaína e maconha. Na casa de um suspeito, havia um papel com desenho de um palhaço escrito: ''Policial bom é policial morto''. A Justiça bloqueou 42 contas bancárias, de valor ainda sob levantamento, e 94 linhas de telefone celular. 

De acordo com a coordenadora do Gaeco, Cristiane Mourão, a investigação começou em meados de 2016. Ela relatou que a facção tinha organização 'impressionante' chamada de 'Salve Geral', onde os comparsas em liberdade promoviam uma série de crimes, como sequestros, roubo de carros e assaltos para angariar fundos para que o PCC pudesse comprar armamento.  


(Autoridades apresentaram resultados da Operação Desdita - Foto: Amanda Amaral)

A coordenadora Cristiane diz que identificou no PCC condutas éticas previstas em um estatuto próprio, com resumo disciplinar e um conselho formado por integrantes da facção, que decidiam todos os ataques que iriam ocorrer no Estado, entre eles contra forças de segurança de Mato Grosso do Sul. 

O desmembramento das facções Comando Vermelho e PCC foi motivo de bastante preocupação para as autoridades no estado, contou Mourão. A promotora diz que esse rompimento é que provocou as rebeliões e massacres dentro de presídios, principalmente no norte e nordeste do país, nos primeiros dias de 2017.  

'Desdita'

O nome da operação do Gaeco, Bope e Choque remete a 'azar' e surgiu de uma interceptação a um dos criminosos, onde ele comenta com um comparsa que estaria tendo dificuldades em cumprir as normas da facção e cometer crimes. Segundo ele, esse 'azar' poderia ser fruto de diversos homicídios que ele cometeu. 

Na entrevista coletiva da tarde de hoje estavam presentes o Procurador-Geral de Justiça, Paulo Cesar dos Passos, a coordenadora do Gaeco, Cristiane Mourão, o promotor de Justiça Thales Franklin Souza, o comandante-geral da PM/MS, Waldir Ribeiro Acosta, e os comandantes dos batalhões de Choque e de Operações Especiais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. 

 

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