Mato Grosso do Sul novamente foi notícia nacional, dessa vez falando sobre o sucateamento das delegacias no Estado. A reportagem do Fantástico mostrou a situação de trabalho da Polícia Civil no país e a falta de delegados em várias cidades, questões mostradas pela imprensa local diariamente.
Prédios caindo aos pedaços, presos em delegacias por mais tempo que o previsto, drogas apreendidas sendo armazenadas de maneira precária e, claro, a situação de fronteira, sempre vulnerável. Foi identificada até mesmo uma auxiliar administrativa da Prefeitura de Coronel Sapucaia trabalhando como escrivã, caso de Ramona Pereira, há quatro anos no cargo cuidando dos inquéritos na delegacia.
Como já mostrado pelo TopMídiaNews, as vítimas acabam deixando de buscar seus direitos, já que a 70% deixam de registrar as ocorrências. “A população deixa de registrar a ocorrência porque ela sabe, muitas vezes, que aquele crime que não vai dar repercussão não vai ser investigado”, alerta Giancarlo Teixeira Miranda, presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul).
“A quem interessa o sucateamento da Polícia Civil?”, questiona a delegacia Regina Marcia da Mota, presidente da Adepol-MS (Associação dos Delegados de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul). Ela mesma responde. “Certamente aos corruptos, corruptores e crime organizado”.
Problemas levantados
Em agosto deste ano, o Sinpol-MS lançou o documentário “A Realidade da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul”. Um trabalho feito com “catalogação” dos problemas, conforme o presidente do sindicato.
“Durante sete meses percorremos as 126 delegacias do estado catalogando suas mazelas. Neste vídeo mostraremos as 30 unidades em piores situações”, declarou o presidente do sindicato, Giancarlo Miranda. O sindicato assumiu que a matéria nacional fez parte de um longo trabalho de negociação de policiais do Brasil todo.
Outro lado
Saindo do cargo para voltar a Assembleia Legislativa, o titular da Sejusp (Secretaria de Segurança Pública e Justiça), José Carlos Barbosa, garantiu que até 2018 os 79 municípios terão delegados.
Neste sentido, o Governo do Estado realizou recentemente concurso público para provimento de 210 vagas sendo 30 vagas para delegado, 100 para escrivão e 80 para investigador.
Pelas redes sociais, o titular da DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil), delegado Marcelo Vargas, afirmou que “a polícia civil de Mato Grosso do Sul tem muitos mais fatos positivos a serem divulgados do que essa matéria que o Fantástico mostrou”.
