A defesa do ex-governador André Puccinelli (PMDB), indiciado na Operação Máquinas de Lama, braço da Operação Lama Asfáltica, por lavagem de dinheiro e corrupção, diz que se a fiança de R$ 1 milhão imposta pela Justiça Federal não for retirada, o cliente deverá recorrer a amigos e parentes paga arrecadar o valor e não correr o risco de ser preso preventivamente. 

Nesta segunda-feira (15), Renê Siufi, fez o que chamou de 'pedido alternativo' à Justiça para desconsiderar a imposição da fiança. ''Na verdade é um novo pedido, de reconsideração da decisão'', explicou o defensor. 

Siufi diz que a decisão de rever a necessidade de fiança está nas mãos de um outro magistrado e não da juíza  federal substituta, Monique Marchioli Leite, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, que manteve a necessidade de pagamento do valor. O prazo para pagar o milhão vence na tarde de hoje.   

Além da fiança, medidas cautelares foram impostas para o ''Italiano'', como é conhecido Andrea Puccinelli no meio político, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar Campo Grande, de conversar com outros investigados e se recolher para sua residência a partir das 21 horas.  

O advogado Siufi diz que é preciso aguardar até às 18 horas desta segunda-feira para ver qual foi a decisão judicial. Questionado se o cliente está aflito, o defensor foi taxativo: ''Claro, quem não estaria em uma situação dessas, é claro que está''. 

Preocupado com a situação de Puccinelli está seu correligionário, o deputado federal Carlos Marun e todo o PMDB, segundo ele. O fiel escudeiro de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e também preso por corrupção, contou ao TopMidiaNews que o 'amigo' André vive situação 'difícil' na vida pessoal e que a maior preocupação no momento é com o pagamento da fiança de R$ 1 milhão. 

Os filhos de Puccinelli teriam cogitado fazer uma 'vaquinha' para arrecadar o dinheiro, mas acreditaram que o prazo (até segunda-feira) seria insuficiente para conseguir o valor total. O ex-governador teria vetado a ideia, naquela ocasião.  

(Advogado de Puccinelli - azul - chega à PF para ver cliente)

Máquinas de Lama

André Puccinelli é investigado por lavagem de dinheiro e corrupção, investigadas na 4ª Fase da Operação Máquinas de Lama. A Polícia Federal aponta o principal líder do PMDB, como beneficiário de suposto megaesquema de corrupção na Secretaria de Obras do Estado. Ele trabalharia em conjunto com o empresário João Amorim em supostas falcatruas com a verba pública.

O ex-governador teve pela segunda vez, o apartamento em que mora em Campo Grande vasculhado pelos agentes federais, além de fazendas no interior do Estado. Na quinta-feira (11), André foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, onde prestou depoimento e depois foi encaminhado até o Patronato, da Agepen, onde recebeu tornozeleira eletrônica, um dispositivo de acompanhamento virtual, usado normalmente em criminosos condenados, ou em investigados. 

Puccinelli está impedido de deixar a Capital, embora a defesa negue, e foi posto o pagamento de fiança no valor de R$ 1 milhão. O prazo final para o pagamento termina nesta segunda-feira (15).