Menu
sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
PREFEITURA CAMPO GRANDE MARÇO 2024 3
Política

Reinaldo convoca coletiva para esclarecer fatos sobre delação da JBS

A coletiva acontece às 16 horas, na sede do governo, em Campo Grande

22 maio 2017 - 10h15Por Rodson Willyams

O governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, realiza, às 16 horas desta segunda-feira (22), coletiva de imprensa para esclarecer fatos acerca das declarações do empresário Wesley Batista, do grupo JBS, na Lava Jato. A coletiva acontece no prédio da governadoria, em Campo Grande.

Em nota encaminhada à imprensa, o governador refuta as acusações contra ele, como também sobre os acordos de incentivos fiscais firmados em sua gestão. Reinaldo ressalta que todos foram feitos com objetivo de gerar emprego e tornar o cenário igualitário para tornar o Estado mais atrativo aos investidores.

Delação

Em depoimento para a PGR (Procuradoria-Geral da República), o empresário Wesley Mendonça Batista, um dos delatores da JBS, detalha esquema de pagamento de propinas em troca de incentivos fiscais que teria ocorrido em Mato Grosso do Sul. Segundo a confissão realizada em 4 de maio, o conluio começou com Zeca do PT, passando por André Puccinelli (PMDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).

Segundo o delator, todo o esquema seria operacionalizado por Valdir Aparecido Boni, que organizou o acordo por todas as gestões. Após o fim do mandato de Puccinelli, o tucano Reinaldo Azambuja também teria entrado no esquema. Wesley afirma que Reinaldo foi o primeiro governador em Mato Grosso do Sul que ele próprio ficou encarregado de tratar diretamente.

Conforme Wesley, Azambuja recebeu R$ 10 milhões em espécie, sem intermediários. Também cita uma nota de R$ 12,9 milhões em nome de Buriti Comércio, que teria sido emitida em 2015. “O próprio governador tratava comigo. O Boni ia lá no palácio do governo em Campo Grande. Essas notas, o Boni pegou em mãos com o governador e processou o pagamento”, acusa.

O sócio da JBS destaca que a maioria dos incentivos era ‘legítima’, com exceção de um que o acordo teria sido descumprido. Também diz que Joesley autorizou um ‘adiantamento’ de propina no valor de R$ 12 milhões para o ex-senador Delcídio do Amaral durante a campanha eleitoral do ano passado, que seria descontado se ele fosse eleito governador.

Apesar da derrota para os tucanos, a JBS não ficou no prejuízo. Segundo o depoente, Joesley “negociou com o Reinaldo e o Delcidio que se um ganhasse pagava a conta do outro”. Por fim, Wesley destaca que a corrupção no Estado seria endêmica. “Não era só nós que tínhamos. De frigorificozinho pequeno aos grandes, temos a informação de que a pratica é recorrente”.