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Política

'Candidatura' de 'Conceição 99' reacende debate sobre o voto de protesto em Campo Grande

Branco, nulo e abstenções alcançaram 30% dos eleitores no primeiro turno

21 outubro 2016 - 07h00Por Airton Raes
'Candidatura' de 'Conceição 99' reacende debate sobre o voto de protesto em Campo Grande

Com o lançamento da campanha “Conceição Prefeita 99” para o segundo turno das eleições em Campo Grande, se reacendeu o debate sobre o voto nulo e o voto de protesto durante o pleito eleitoral. No primeiro turno os votos em branco, nulo e abstenções alcançaram 30% do eleitorado de Campo Grande, totalizando 168 mil votos.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 17.619 dos eleitores votaram em branco, o que corresponde a 3,66% dos votos válidos e 36.017 eleitores votaram nulo, correspondendo a 7,49%. Os dois candidatos ao segundo turno receberam menos votos que os 168 mil referente ao branco, nulo e abstenções. O deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) obteve 147 mil votos e a vice-governadora Rose Modesto conseguiu 113 mil votos.  

Base do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) se posicionou oficialmente sobre o voto nulo nas eleições 2016. O partido em que é filiada, o PPS, declarou apoio a candidata Rose Modesto e o seu aliado Bernal declarou apoio a Marquinhos Trad.  “Não percebemos qualquer possibilidade de mudança nos projetos que restaram para a escolha de segundo turno. Rose ou Marquinhos Trad só reforçaram o atraso administrativo e político. Não nos representam”, declarou a parlamentar.

Para deputado estadual Márcio Fernandes (PMDB), o voto nulo beneficia aquele candidato que está na frente. “Independente de votar nulo, alguém vai ganhar a eleição. Ao invés de fazer voto de protesto, o eleitor pode pesquisar sobre os candidatos e votar naquele em que é similar com o que ele acredita”, explicou. O deputado estadual licenciado e secretário de Segurança pública, Barbosinha (PSB), tem a mesma opinião. “Aquele que vota nulo contribui para eleger um prefeito ruim, pois, ele poderia ter votado no candidato que estava atrás e que poderia ter feito um trabalho melhor. Nesses eleições tivemos seis municípios onde o prefeito foi eleito por um voto de diferença. Então um voto anulado faz muita diferença”, disse.  

O PSTU foi o primeiro partido que lançou candidato próprio no primeiro turno a não declarar apoio a nenhum dos candidatos e defender o voto nulo. A sigla lançou Suél Ferranti, que obteve 1,3 mil votos.  “Tanto Marquinhos quanto Rose não merece nossa confiança. Chamamos os trabalhadores e o povo pobre de Campo Grande a votarem nulo e a defenderem nas ruas um programa realmente classista que exija melhores condições de vida para a classe trabalhadora”, citou o partido em nota. 

O PSOL, que lançou Rosana Santos candidata a prefeita, também se posicionou oficialmente pelo voto nulo no segundo turno. O partido obteve 2,5 mil votos. “O PSOL estará presente em todos processos de lutas contra o avanço do projeto neoliberal. Por isso, convocamos a militância para que não vote em nenhum dos candidatos municipais, e, construa um novo modelo político de democracia direta, participativa e de base”, anunciou a sigla.

O movimento

Recentemente, grupo de eleitores insatisfeitos com a conjuntura politica nas eleições da capital criou uma personagem como “terceira via” no segundo turno de Campo Grande para estimular o voto nulo. A pagina em rede social intitulada “Conceição Prefeita 99” é apócrifa e foi criada como uma forma de estimular o debate sobre o cenário politico na Cidade. “O segundo turno das eleições em Campo Grande é uma grande piada de mau gosto. De um lado, fantasma e de família hegemonista, das máfias de Campo Grande. Do outro, mais do mesmo, a tentativa de dominar estado e município. Os dois representam a profunda desconexão entre figurinhas repetidas da política institucional e as urgências da sociedade”, cita a pagina.

Nesta segunda-feira, 17 de outubro, durante evento sindical o presidente da CUT-MS (Central única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul), Genilson Duarte, e o presidente do SINTSS-MS  (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul) Alexandre Costa anunciaram apoio a candidata Conceição 99, levando a campanha do voto nulo dentro dos sindicatos.

O voto nulo, mesmo estimulado pelo voto de protesto não interfere no resultado final da eleição. De acordo com a legislação eleitoral o resultado final é calculado subtraindo os votos nulos, brancos e abstenções, sendo computados somente os votos válidos, que são aqueles que são dados a candidatos com as candidaturas aprovadas.