O senador Delcídio do Amaral recebia mensalinho de R$ 500 mil por mês da JBS. A informação foi dada durante a delação premiada do diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud. “Fizemos um mensalinho para o Delcídio se organizar para a eleição de R$ 500 mil mensais” disse.

Saud explicou que o grupo J&F tinha relação com Delcídio, por ele ter sido presidente do CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) no Senado Federal, e como o ex-senador estava bem colocado nas pesquisas para as eleições do Governo do Estado, resolveram fazer um acordo com Delcídio. “Tinhamos diversos TARE no Mato Grosso do Sul (Termo de Acordo de regime Diferenciado) sobre o ICMS. Conversamos com ele. Se ganhasse continuaria com os TAREs”, explicou.

Ricardo Saud afirmou que o mensalinho de R$ 500 mil mensais começou em junho de 2014 para que Delcídio pudesse “se organizar para a campanha”. Apesar da ajuda financeira, o executivo do grupo afirmou que Delcídio ‘não ajudava em nada’. “Delcídio era um ler-lero. Não ajudava em nada. Nós sabíamos do lero-lero que o Delcídio era. Mas como ele tinha chance d eganhar a eleição resolvemos criar o mensalinho”, disse.

Durante a delação, Ricardo Saud afirmou que Delcídio também recebia recursos por ser presidente da CAE e que tudo foi pago ”direitinho”. Também afirma que o grupo tinha uma conta corrente para repassar o dinheiro para Delcídio.  “Tinha até uma conta corrente. A empresa colocava lá e depois ia abatendo dessa conta corrente. Já pensando que Delcídio poderia ganhar a eleição. Mas veio o menino, o Reinaldinho ganhou”, afirmou.