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Política

‘Fantasminhas’ assombram Assembleia em protesto contra Marquinhos Trad

Grupo acusa o parlamentar de ser ‘funcionário fantasma’ no órgão público; deputado não apareceu na sessão

29 setembro 2016 - 11h40Por Diana Christie

Cerca de 20 pessoas se reuniram com lençóis brancos e cartazes de ‘fantasminhas’, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa, em um protesto contra o candidato à prefeitura de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Eles acusam o parlamentar de ser ‘funcionário fantasma’ no órgão público.

O protesto tem como base declarações do candidato Athayde Nery (PPS), durante o debate realizado pelo SBT/MS na terça-feira (27). Na ocasião, ele acusou o parlamentar de ser nomeado no gabinete do pai, o ex-deputado Nelson Trad, durante o período que cursava a faculdade de Direito no Rio de Janeiro e de ser efetivado sem concurso público.

Marquinhos, no entanto, nega as acusações e garante que já estava na Capital quando ganhou o cargo comissionado, sendo que apenas aguardava a expedição do diploma, que demorou a ser confeccionado. Além disso, destaca que foi efetivado no órgão com base em dispositivo da Constituição Federal de 1988, sendo frequente em suas atividades.

Durante o protesto, o grupo de eleitores imitava os assovios característicos de histórias de fantasmas e disparava perguntas como ‘cadê o fantasma’ e ‘queremos ver o fantasma trabalhando’. Como o deputado estadual Marquinhos Trad não compareceu à sessão, o manifesto ocorreu durante discurso de representante do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul).

Grupo não encontrou Maquinhos na sessão - Foto: Geovanni Gomes

“A gente assistiu o último debate, viu que ele é fantasma. Depois ele apresentou um documento do RH (Recursos Humanos) dizendo que ele frequentava o serviço, mas cadê ele aqui? A não ser que ele tenha um documento dispensando ele das funções, pela lei, ele tinha que estar aqui trabalhando”, diz o empresário Luiz Carlos, 30 anos.

De acordo com o corretor de imóveis Fernando Lucas, 35 anos, o movimento foi divulgado pelas redes sociais como o Facebook e o WhatsApp. “Eu não conheço o pessoal aqui, mas fiquei sabendo pelo Facebook. Acho que veio quem se identificou com a causa. Hoje, com a internet, fez rolo, acabou. No outro dia todo mundo está sabendo”.

Pela primeira vez no plenário da Assembleia, Fernando ainda relata o impacto que sentiu ao visitar a sede do Poder Legislativo. “Nunca tinha vindo aqui. É um ambiente tão limpinho, bonito, vai em um hospital para ver a situação, com doentes nos corredores. Não adianta só reclamar, cada um tem que fazer a sua parte”, afirma.


Sessão estava vazia e sem quórum para votação de projetos - Foto Geovanni Gomes

Sessão relâmpago

Sem quórum para votação de projetos de lei, a sessão iniciada pontualmente às 10h terminou em meia hora. Com a incidência dos protestos e sem a presença de Marquinhos, os poucos parlamentares que participavam das atividades ainda suprimiram as explicações pessoais e a ordem do dia.

Compareceram em plenário os deputados Pedro Kemp (PT), Amarildo Cruz (PT), Rinaldo Modesto (PSDB), Junior Mochi (PMDB), Paulo Corrêa (PR), George Takimoto (PDT), Onevan de Matos (PSDB) e Lídio Lopes (PEN). Através de Amarildo, João Grandão (PT) justificou ausência por participar de agenda externa.