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Política

16/10/2017 09:30

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Funaro diz que pagou propina por ajuda de 'cervejeiro de MS' para liberação de R$ 300 milhões

Mais uma vez Mato Grosso do Sul é destaque em escândalos políticos nacionais

O doleiro Lúcio Funaro cita o empresário Ivanildo Miranda, também conhecido com o Ivanildo Cervejeiro, em sua delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR). Funaro afirma que pagou comissão referente a propina para Ivanildo por intermediar uma operação junto ao Grupo Marfrig e a Caixa Econômica Federal para liberação de R$ 300 milhões. 

Furano afirmou que o próprio Ivanildo relatou que operava para Joesley Batista e o Grupo JBS toda parte de isenção fiscal, compensação tributária e todos os assuntos que envolvessem a Secretaria de Fazenda do estado de Mato Grosso do Sul. A pedido de Joesley, Lúcio Funaro fez um pagamento de R$ 1 milhão para Ivanildo, que estava sem dinheiro em espécie disponível naquele momento e que foi creditado na conta corrente. 

Segundo Funaro, em 2012, ele intermediou uma Operação para o grupo Marfrig na vice-presidência de pessoa jurídica na Caixa Econômica Federal. “Essa operação teve o pagamento de comissão para Funaro e pagamento de propina para Eduardo Cunha, Geddel e um operador que se chama Ivanildo Miranda, do Mato Grosso do Sul”, consta.

Segundo Funaro, a comissão foi de 3% do contrato, e gerou valores em torno de R$ 9 milhões. A comissão foi dividida entre Funaro, Geddel, Eduardo Cunha e Ivanildo Miranda. Pela tabela entregue à PGR, Ivanildo recebeu R$ 1,5 milhão pela operação.

Também aparece na delação que foi Ivanildo Miranda que apresentou Lúcio Furano a Marcos Molina, da Marfrig. “Ivanildo Miranda era quem operava o esquema de compensação fiscal para a JBS e Marfrig no Mato Grosso”, afirmou Funaro.

Lúcio Furano também afirma que, em 2012, esteve em Mato Grosso do Sul para a inauguração da Fábrica da Eldorado, em Três Lagoas. Ele foi no avião de João Alves de Queiroz Junior.

O delator disse que, através de seus contatos dentro da CEF e com pagamento de propina a funcionários públicos, poderia agilizar a aprovação do empréstimo e que, no êxito do contrato, a Marfrig deveria pagar uma comissão. Funaro levou esse pleito até Geddel e perguntou se seria possível aprovar o projeto. Geddel informou que sim e o processo seguiu o mesmo trâmite dos outros esquemas operados por Lúcio Funaro dentro da CEF. Após a liberação dos valores para a Marfrig, emitiu notas através de sua empresa Viscaya e recebeu o valor restante em diversas prestações em dinheiro em espécie em seu escritório em São Paulo.

O sócio da JBS Wesley Batista revelou, durante a delação premiada, que o empreiteiro Ivanildo da Cunha Miranda era o principal intermediador da propina que a empresa repassava ao ex-governador André Puccinelli (PMDB). As informações constam em documento divulgado pelo Supremo Tribunal Federal.

De acordo com a delação, Ivanildo Miranda supostamente gerenciou R$ 105 milhões em propinas, sendo R$ 44 milhões pagos a terceiros entre 2007 e 2014 por indicação do próprio Ivanildo. Na delação premiada, a lista de pagamentos acumula 17 páginas.

 

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