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Investigação

André Puccinelli usou laranja para compra de fazendas, diz denúncia

Pecuarista foi coordenador de licitações da prefeitura e fez fortuna durante administração do peemedebista

20 outubro 2016 - 09h30Por Diana Christie

O MPE (Ministério Público Estadual) deve avaliar, nesta terça-feira (26), um procedimento preparatório que investiga “aquisições de imóveis rurais, em tese, pelo ex-governador do Estado de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), por intermédio de Mauro Cavalli”. As denúncias são antigas e integram a ação penal nº 573, ao mesmo tempo em que são apuradas em sigilo pela 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social.

Puccinelli é acusado de suposta lavagem de dinheiro e ocultação de bens desde quando ele ainda era o prefeito de Campo Grande. O MPF (Ministério Público Federal) abriu inquérito baseado em extenso levantamento dos rendimentos de Puccinelli e de seu ex-coordenador municipal de licitações na Semad (Secretaria Municipal de Administração), Mauro Cavalli, feito pelo então promotor do MPE, Marcos Antônio Martins Sottoriva.

No Inquérito n. 549, Sottoriva aponta o montante da renda dos acusados em comparação com a compra de grandes fazendas na região entre Terenos, Anastácio e Nioaque, entre 1997 e 2003. Um dos fatos que chama a atenção no levantamento é a declaração de bens de Cavalli que, quando entrou na prefeitura, em 1997, era de cerca de R$ 40 mil. Já em 2003, os imóveis rurais e urbanos em nome do coordenador de licitações e sua mulher giravam em torno de R$ 10 milhões.

Ainda causou estranheza ao MPF um empréstimo de Cavalli para Puccinelli – então seu patrão – no valor de R$ 350 mil. Atualmente, Cavalli é conhecido como um dos maiores pecuaristas de Mato Grosso do Sul. Os fatos suspeitos foram narrados também pela Polícia Federal na Operação Lama Asfáltica, que investiga esquema de desvio de dinheiro em obras públicas realizadas com recursos do Governo Federal.