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Política

Deputado 'do Detran' defende drones para multar, mas foge de falar sobre 'indústria'

Ao ser questionado sobre uma eventual 'indústria da multa' no Estado, Gerson Claro preferiu não comentar

20 fevereiro 2019 - 13h10Por Rodson Willyams

A quantidade de multas emitidas por radares móveis, fixos e lombadas eletrônicas em Mato Grosso do Sul tem despertado a atenção dos parlamentares que compõem a Assembleia Legislativa. O deputado estadual Gerson Claro (PP), que já foi diretor-presidente do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), defende que antes de instalar o aparelho é preciso fazer um estudo sobre os acidentes no local.

O parlamentar ainda lembrou "que o alto número de mortes, que chega aproximadamente a 50 mil pessoas por ano, é assustador". E que os radares instalados podem ajudar na redução de mortes, porém, ressalta que é necessário ter um estudo sobre o ponto em que foi instalado o aparelho.

Mas em recente declaração afirmou que "se os radares móveis são colocados só para arrecadar, serão rechaçados". Ao ser questionado se poderia existir uma indústria da multa no Estado, o parlamentar preferiu não comentar. "Não posso afirmar isso tecnicamente", se limitou a dizer.

No entanto, na tentativa de evitar o número de acidentes que se tornaram uma epidemia no Estado, Gerson afirmou que vai 'trabalhar o tema dentro da competência da ALMS'. Quanto aos drones utilizados pela Polícia Militar de Trânsito, na fiscalização de condutores infratores, o deputado explicou que: "drones ou qualquer equipamento eletrônico devem ser precedidos de estudo técnico de engenharia de tráfego. Que seja a melhor solução para educação e evitar acidentes, mas não pode haver pegadinhas".

Dados do Estado

Em Mato Grosso do Sul, o Detran aponta uma frota de 1,4 milhão de veículos para uma população de 2,6 milhões de habitantes (IBGE2015), o que representa quase um veículo para cada dois habitantes.

Segundo informações do Governo do Estado, o último número oficial divulgado por meio do Observatório Nacional de Segurança Viária revela que, em 2014, foram registradas 43 mil mortes no trânsito e em 2015 a estatística se aproxima dos 50 mil. Ou seja, em média, uma pessoa morre vítima de acidente de trânsito por dia. Hoje, 90% dos acidentes tem como fator preponderante as falhas humanas.

A pesquisa do CNT de Rodovias 2016 – realizada em parceria com Sest/Senat – aponta que 87,2% das rodovias estaduais e federais que cortam MS são consideradas ótimas, boas ou regulares. Por tanto, é o condutor quem decide se escolhe andar na velocidade permitida, até 190km/hora, assumindo os riscos.