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sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
NOTA PREMIADA
#PrénaEstrada

No Pantanal, política termina em samba e André segue reafirmando candidatura

Em Corumbá evento foi marcado por filiação de ex-adversário e muito sol

12 março 2018 - 15h10Por Liziane Berrocal

Samba, gritos efusivos, discursos emocionados e a filiação de ex-adversários políticos. Esses foram os ingredientes que fizeram o #PréNaEstrada na região do Pantanal, quando acompanhamos mais um final de semana do “MS Maior e Melhor” de André Puccinelli. O fator “um sol para cada um” também contribuiu para uma recepção calorosa, mesmo à noite.

André chega acompanhado do inseparável companheiro Carlos Marun, que é saudado como Ministro da Secretaria de Governo, como ele o é de fato, e com isso chama atenção onde passa. Já no aeroporto, “fazer política” é o que o move.

“Vocês são de onde?”, pergunta a um grupo de jovens que estão próximos. Quando fica sabendo que eles são de Curitiba, para conversar sobre a cidade onde já morou e sobre coisas que só quem é de lá saberia. Os jovens riem, conversam, são turistas, tratam o ex-governador bem. A comitiva pacientemente espera e André segue cumprimentando uma por uma das pessoas.

Em agenda na Marinha, o ministro Marun recebe honras de Chefe de Estado, a imprensa não pode acompanhar o seleto grupo na base naval, porém, o que se sabe é que ali, o medebista foi tratado com deferências únicas. “É, foi bonito de ver”, confessa Marun sobre sua passagem pela Marinha.

E assim segue “faceiro” que só por agendas durante todo o dia, onde naquela altura do campeonato, o segundo sol já chegou em Corumbá e o terceiro não está muito longe de aparecer.

“Essas casas aqui, tem dinheiro do Governo Federal”, contabiliza o anfitrião Paulo Duarte, ex-prefeito da Cidade Branca e ex-adversário político do grupo. “Isso é passado”, garante Duarte, que é pré-candidato a deputado estadual.

Num raro momento de descanso, André consegue passar duas poucas horas no hotel, antes de seguir para o Lions Club onde aproximadamente 300 pessoas o esperam. Acompanhado de nada menos que Simone Tebet e Waldemir Moka, senadores que estão com ele por onde for, Puccinelli é recebido ao som de muito samba.

O público? 90% formado por verdadeiros apaixonados por Paulo Duarte, que sabe bem o bairrismo que Corumbá representa. “Paulo Duarte tem que voltar a ser prefeito”, grita um eleitor no fundo do salão lotado. O grito assusta. “Achei que estava me xingando”, confessa o ex-deputado estadual, em épocas que políticos tem até medo de aparecerem em público.

Nem mesmo o calor que toma conta do local impede discursos acalorados, porém sem ataques, ou lembranças ao que estava acontecendo na Capital. O clima que poderia ter sido tenso, é quebrado pela filiação agora oficial dos ex-petistas e de um desfile de elogios ao trabalho de Puccinelli quando ele era governador.

Para quem gosta de política, a cena é um prato cheio, já que quem imaginaria que um dia Corumbá viveria Paulo Duarte de braços dados com André Puccinelli em uma cidade que recentemente perdeu de forma precoce o prefeito Ruiter Cunha, que morreu após um problema cardíaco.

O discurso de André é de voz embargada, a plateia diminui devido ao calor. “É sexta-feira, é dia de tomar aquela cervejinha”, confessa uma eleitora ao sair, naquele sotaque que só os corumbaenses tem.

Superando as críticas

“Nós temos que saber lidar e superar as críticas, elas vão vir, as adversidades virão, mas temos que superá-las”, diz o ex-governador em visível emoção. O discurso segue então o mesmo ritmo de chamar as pessoas pelo nome, numa incrível capacidade de ter memória e chamar as pessoas a participarem do futuro mandato por meio de um formulário.

O ex-governador confessa que teve grande mudança após enfrentar tantos percalços. “Despiorei”, brinca ao falar sobre isso. E como Corumbá é conhecida pela alegria, tudo termina é claro, em samba, com os políticos em um momento raro de alegria. Contido pela necessidade de as 5h já estarem rumo a Aquidauana.

Princesinha do Pantanal

Em frente a Câmara Municipal de Aquidauana um grupo de pelo menos 30 indígenas espera a chegada das “autoridades” como eles dizem. Irrequietos, eles conversam entre si e não dão espaço para a reportagem.

Após sair quando o sol mal raiou, André chega da agenda em uma das rádios locais. Ele e seu séquito de seguidores. A Câmara já está arrumada e muita gente esperando. Ainda assim, ele atravessa a rua e a memória trabalha de novo.

“Você eu conheço”, diz chamando uma das lideranças pelo nome. “E você também, e você”, e segue conversando com eles. Os homens, claramente sentem-se contemplados pela incrível capacidade que o ex-chefe do Executivo tem de arrebanhar as pessoas.

Quando entra no espaço, André é aplaudido. O local está cheio e há pessoas em pé. Diferente da agenda do final de semana anterior, Corumbá e Aquidauana funcionaram impecavelmente.

Simone Tebet leva um encantamento as pessoas em tom professoral. Mesmo sem ser candidata, já que seu mandato vai até 2022, ela faz questão de acompanhar a comitiva. “E quero que Moka seja o melhor senador do Brasil, mais uma vez, porque eu não sou candidata, mas vou estar com meus companheiros”, afirma falando mais uma vez do pai, Ramez Tebet, uma das principais referências políticas do Estado.

Sobe o tom da comitiva

André sobe o tom e grita palavras de ode ao Mato Grosso do Sul e ao governo feito por ele. “Aqui é nossa comitiva esperança, a esperança de colocar MS novamente nos trilhos”, brada sobre aplausos. Na plateia, prefeitos, vices-prefeitos e ex-mandatários de toda região fazem coro para o principal expoente do grupo político.

Em suas falas, nenhuma menção ao que os adversários estão fazendo naquele mesmo dia em outras cidades do interior. “Cada um faz o seu, cada um tem seu legado e que defenda ele”, afirma para a reportagem.

O discurso termina com palmas, não para André que ainda segue para mais uma reunião, enquanto todos saem para o almoço preparado para a “comitiva esperança”. Marun sai a frente e tranquilamente senta para conversar com as pessoas que estão no local. E é ele, quem puxa o coro quando Puccinelli chega ao local.

“André governador, André Governador”, grita acompanhado pelos correligionários. André sorri. Nós colocamos mais uma vez o pré-na-estrada, buscando trazer a cobertura mais Top de Mato Grosso do Sul para vocês.