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Saúde

Em vistoria, CCZ detecta infestação de pombos em posto de saúde do Aero Rancho

Ao todo, foram verificadas 90 inconsistências sanitárias na unidade de saúde, além da falta de médicos e remédios

02 julho 2017 - 13h30Por Diana Christie

Em vistoria do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), técnicos da vigilância sanitária detectaram uma infestação de pombos no CRS (Centro Regional de Saúde) Aero Rancho, o que compromete a estrutura do posto de saúde e aumenta os riscos de contaminação dos pacientes, que procuram a unidade com a imunidade já fragilizada.

“As aves são observadas tanto na área externa como nos corredores internos, o que oferta incômodo e riscos sanitários devido à presença de considerável quantidade de excretas que escorrem pelas paredes e se acumulam nas estruturas metálicas e sob os aparelhos, motivo esse de constante reclamação dos usuários da unidade”, diz relatório.

Ao todo, foram verificadas 90 inconsistências sanitárias. Segundo a equipe, os pombos foram encontrados nas caixas de ar-condicionado do posto de saúde, nas estruturas metálicas do telhado, nas vigas, treliças, nas estruturas metálicas junto às luminárias, nos desvãos das paredes internas, pilares de concreto, e no vão aberto de acesso ao forro.

“Foi averiguado também que houve uma tentativa de instalação de telas em uma parte dessas estruturas, porém, não foram instaladas e fixadas adequadamente ainda ofertando vãos e fácil acesso para pouso das aves. Da mesma forma que não houve a manutenção das mesmas que se apresentam sujas de fezes e penas das aves, além de terem se desprendido permitindo que as aves pousem sobre as estruturas anteriormente vedadas”, aponta.

Conforme o CCZ, o CRS Aero Rancho foi o que apresentou maior concentração de animais e, consequente, acúmulo de fezes de pombos. “A limpeza dos locais sujos e infestados pelas aves é feito de forma rotineira, contudo pelo fato de haver a insistência das aves em permanecerem no local pelo fácil acesso às estruturas já citadas, tal não vem surtindo o efeito sanitário adequado”.

Na ocasião, os servidores do CCZ realizaram a captura de aves e filhotes que se encontravam nos ninhos nas estruturas metálicas e nos aparelhos e caixas de ar-condicionado. Foram retirados ovos e resíduos orgânicos dos ninhos. No entanto, como o órgão não é responsável pela manutenção e limpeza do local, foi solicitada a instalação de telas protetoras no posto.

Faltam médicos e remédios

A vistoria foi realizada em 10 de agosto de 2016, mas o problema ainda não foi sanado, dando origem a inquérito civil que será conduzido pela promotora Daniela Cristina Guiotti, da 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública. De acordo com o diário oficial desta segunda-feira (26), ela também vai apurar “a falta/insuficiência de médicos, equipamentos, aparelhos e insumos” na unidade.

Servidores de enfermagem denunciaram a falta de insumos para realizar procedimentos de acesso venoso, com infusão de drogas e soluções; sondagens diversas; procedimentos médicos e de enfermagem de maior complexidade; administração de medicamentos e imunobiológicos de urgência, limpeza concorrente; e realização de curativos limpos e infectados, etc.

“Estamos trabalhando com estoque mínimo de vários materiais, falta de medicamentos, álcool 70 %, falta de roupas de cama e equipamentos que já estão com vida útil comprometida, devido a inúmeros reparos”, diz relatório encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual) e com a assinatura de diversos profissionais.

O que diz a prefeitura

Notificada da investigação, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que, conforme comprovado na escala médica de março, são disponibilizados o mínimo de dois e máximo de cinco médicos por escala de plantão e que são realizadas sucessivas licitações para a compra de medicamentos e insumos, com atrasos recorrentes devido a certames desertos e desistências de empresas.

Em relação à infestação de pombos, a Sesau informou que determinou a instalação de telas em alguns pontos do posto de saúde, mas a medida se demonstrou ineficaz, sendo que se compromete a realizar novos reparos para evitar que o problema persista, colocando em risco os pacientes que recebem atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).