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Saúde

Doença que levou mãe a abandonar bebê na rua é mais comum do que se imagina

Depressão pós-parto e baby blues ocorrem com frequência em mães de recém-nascidos

25 outubro 2018 - 15h10Por Dany Nascimento

Para a chegada de um bebê, a expectativa é de um momento maravilhoso, a concretização de muita espera e o fim da curiosidade sobre o rostinho que vai tornar a rotina mais bonita. Mas nem sempre é sim. Aliás, na maioria das vezes é bem complicado.

Muitas mulheres vivenciam momentos de tristeza e desespero após a chegada de um filho. O que muitas ainda não sabem é que, em alguns casos, é normal essa sensação e tem até nome: Baby Blues, considerada a 'depressão azul', que é um momento passageiro, que dura no máximo 30 dias.

Existe também a depressão pós-parto, onde muitas mães de recém-nascidos encaram crises de choro, alteração de humor que duram meses. Esses casos são mais complicados, mas também tem tratamento. O importante é ter muita paciência e entender o que está acontecendo.

De acordo com a doula e psicóloga do Papo de Gaia, Mariksa Ungerer (CRP 05252-8/14), a maioria das mães que enfrentam a depressão pós-parto não percebem que precisam de ajuda. “O trabalho oferecido pela doula é acordado com a mãe, que decide se quer a presença da profissional até o parto ou se pretende ter acompanhamento, mas na maioria das vezes, ela não percebe que precisa de ajuda. A doula no trabalho de acompanhamento dá o suporte para que a mãe procure ajuda com psicólogo, para que ela consiga tratar o problema com terapia”.

Segundo a profissional, como existe um acompanhamento com as mães, a maioria consegue se preparar para a chegada da criança e acaba enfrentando apenas o Baby Blues. “Todas as mulheres passam por esse período, que pode durar até 30 dias. É uma passagem natural para todas as mulheres, é semelhante a um TPM (Tensão Pré-Menstrual) muito forte. Se esse sentimento não passar, provavelmente a mulher está enfrentando uma depressão pós-parto e precisa de auxílio”.

Mariksa explica que, ao se deparar com uma mulher que está prestes a encarar uma depressão pós-parto, enquanto presta apoio como doula, encaminha a mãe para tratamento com outra profissional. “Quando percebo que a gestante está muito vinculada em prol do parto e vejo que ela precisa de auxílio, encaminho para uma amiga. Acabo não oferecendo meu trabalho como psicóloga porque já estou envolvida como doula, mas temos uma rede de apoio”.

Conforme a profissional, existe um grupo que oferece apoio para mães que enfrentam a depressão pós-parto. “Tem o grupo Soul, que é um grupo de apoio para as mães e, quando elas apresentam uma melhora, elas deixam o grupo. Elas não participam para sempre. É uma rede de apoio que ajuda essas mães. Ele deve voltar agora só em novembro, porque concluímos os trabalhos com os grupos anteriores”.

Para entrar em contato com a doula Mariksa ligue 99238-2838.

Mulher abandona bebê

A depressão pós-parto explica comportamentos como da jovem de 19 anos que abandonou uma bebê de um mês na noite de ontem (24), no canteiro da Avenida Rita Vieira, em Campo Grande. A mãe deixou a menina em um bebê conforto no canteiro da Avenida, depois retornou ao local e afirmou para uma mulher que tinha escutado vozes e por isso abandonou a criança no local.

Ela ficou internada no CRS Tiradentes e os médicos diagnosticaram a paciente com a doença.