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Análise: estreia com título anima, mas Ceni precisa de outro 9 no São Paulo

Trabalho nos Estados Unidos começa a dar uma nova cara ao time, mas diretoria precisa contratar um centroavante que chegue para ser titular e saiba fazer gols

22 janeiro 2017 - 11h15Por Globo Esporte

Para um time que em 2016 lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, iniciar a temporada 2017 conquistando um título em cima do maior rival, sem dúvida, é algo animador, que deve ser comemorado. Principalmente por tudo que representa a estreia de Rogério Ceni como técnico e pelos 18 dias de trabalho realizados nos Estados Unidos. Após dois jogos-treinos e duas partidas oficiais, já é possível fazer algumas observações.

A primeira é que os atletas mais versáteis terão muito espaço com o novo treinador. Um exemplo disso é Wesley. Ele não começou como titular nem contra o River Plate e nem contra o Corinthians. Mas, quando entrou, desempenhou várias funções em campo. Contra o rival, começou como atacante pela direita. Depois da saída de Thiago Mendes, virou volante no meio-campo. Na sequência, após Buffarini ser substituído, foi deslocado para a lateral direita.

Rodrigo Caio é outra amostra da polivalência que Ceni quer de sua equipe. Quando o time é atacado, ele vira zagueiro. Quando o time ataca, ele é volante e dá outra dinâmica ao setor. Muito da queda do Tricolor em campo contra o Corinthians, após a expulsão de Maicon, se deu porque Rodrigo foi recuado para a zaga, onde formou dupla primeiramente com Douglas e depois com Lucão. Certamente, o camisa 3 será um dos atletas mais importantes no esquema tático do novo treinador são-paulino.

Contra o River Plate, o São Paulo deixou uma ótima impressão por cerca de 70 minutos. Teve velocidade pelas pontas, fez pressão na saída de bola do adversário, criou inúmeras chances de gol. Mas aí apareceu a maior carência do elenco e que certamente ainda vai dar muita dor de cabeça ao comandante: a falta de eficiência nas finalizações, Foram seis, sete oportunidades claras desperdiçadas. Contra o Corinthians, até pela expulsão de Maicon, não foi possível repetir a postura. O time também demorou para entender o novo posicionamento do adversário após a saída de Kazim, que também recebeu cartão vermelho.

Em 180 minutos no Torneio da Flórida, nenhum gol foi marcado. A diretoria terá de agir para resolver essa questão e dar uma opção de qualidade a Ceni. O time sonhou com Calleri, negociou por Colmán, mas segue apenas com Gilberto e Chavez como opções para a vaga de centroavante, sendo que o segundo gosta de atuar aberto pela esquerda. É muito pouco para um clube que sonha brigar em igualdade de condições com seus adversários.

Independentemente disso, é fato que Ceni, em 15 dias, começou a mudar a cara do São Paulo. Nos treinos, foi possível observar uma intensidade que antes não era vista. Muito disso por causa da participação em ritmo alucinante do treinador, que marca em cima o desempenho dos jogadores. Corre com eles, grita o tempo todo, enche o grupo de combustível. A participação do auxiliar Michael Beale também tem sido fundamental na elaboração de treinos e no trabalho dentro de campo. Ora no inglês, ora em um português arrastado, ele consegue se comunicar com os atletas e funciona como um segundo técnico.

Até a estreia no Campeonato Paulista, serão mais 15 dias. Tempo suficiente para Ceni definir seu time titular e dar a ele padrão de jogo. Pelo que se viu nos Estados Unidos, é possível enxergar um ano melhor para o Tricolor. Se resultará em títulos, só o futuro vai dizer.