A+ A-

sexta, 19 de abril de 2024

sexta, 19 de abril de 2024

Link WhatsApp

Entre em nosso grupo

2

Top Esporte

há 7 anos

A+ A-

Após tropeço, Mineirinho tem teste de fogo contra Jadson na luta pelo bi em Margaret

Mineirinho cai diante de Jeremy na estreia e pega potiguar na repescagem na Austrália. Sem medo de tubarões, campeão mundial faz balanço do ano e destaca equilíbrio no Tour 'mais difícil de todos'

Não importa qual a onda ou as condições do mar, Adriano de Souza sempre chega como um dos favoritos. Competidor nato e um dos surfistas mais completos e experientes do Brazilian Storm, Mineirinho viveu em 2015 uma fase iluminada. Tudo começou com uma campanha irretocável na perna australiana, começando com terceiro lugar na Gold Coast, passando pelo vice em Bells Beach ao título em Margaret River. Poucos surfistas no mundo surfaram tão bem em The Box e Main Break naquele ano como o paulista do Guarujá. Na final, desbancou o havaiano John John Florence. Adriano foi o mais constante nas 11 etapas do Tour e encerrou o ano com a vitória do Pipe Masters, no North Shore de Oahu, para conquistar o título mundial. Se 2016 foi de ressaca após atingir o ápice, ele voltou renovado com o foco no bicampeonato em 2017. Margaret é um passo importante no caminho rumo ao topo, no entanto, ele terá um teste de fogo para se manter vivo na disputa.

Depois de tropeçar na estreia contra o francês Jeremy Flores em North Point, em uma bateria que ainda contou com o australiano Adrian Buchan, Mineirinho luta pela sobrevivência na repescagem com o potiguar Jadson André. O campeão mundial de 2015 busca pontos valiosos na segunda de 11 etapas do "Circuito dos Sonhos". A previsão é boa para os primeiros dias da janela, aberta até o dia 9 de abril. A próxima chamada para avaliar as condições do mar será às 20h (de Brasília).

A pré-temporada do paulista foi baseada no Havaí, mas também contou com uma viagem à Indonésia para a gravação do programa "Nas Ondas", do Esporte Espetacular. No ano passado, com o título nas costas, Adriano precisou se dedicar a uma série de entrevistas e compromissos de trabalho, o que tomou muito de seu tempo, inclusive, tirando o espaço dos treinos. Mas, nesta temporada, o surfista de 30 anos pôde concentrar as suas forças unicamente no esporte. Ele chegou com antecedência na Austrália e surfa no país como um local. O sentimento de estar em casa é tão grande, que ele extrapolou o limite de estadia por um mês em 2014 e teve problemas para renovar o visto para o ano seguinte. Mineirinho destacou a qualidade das ondas na perna australiana e é um dos candidatos a tirar de Owen Wright a lycra amarela de líder do circuito.

Sem medo de tubarões

Além da briga por pontos e notas, os tops da elite também tem outra preocupação em Margaret River, os tubarões, inclusive os brancos, presença constante nas águas do oeste australiano. Para Mineirinho, no entanto, não há motivos para pânico, afinal, o ambiente é equilibrado e os animais estão em seu habitat natural. A meta é encontrar as maiores e melhores ondas do campeonato, sem nem pensar com o que possa estar por baixo delas.

- Não os imagino atacando a gente e espero não ter nenhum encontro, pois não seria legal. Mas é a natureza. Eu espero que seja igual aos outros anos, com muitas ondas e muito surfe. Esse negócio de acidente aí prefiro nem comentar, não vai acontecer. Esse é o habitat deles, nós que estamos invadindo. Sempre aconteceram ataques, mas não sabemos ao certo a razão. Claro que não quero estar do lado deles, tenho medo, mas temos que respeitar e pensar no nosso campeonato. As ondas de Margaret River são maravilhosas e são elas que devem brilhar - analisou Mineirinho.

O Brasil terá nove representantes em West Oz. A única ausência é Italo Ferreira, em recuperação de uma lesão no tornozelo direito. A novidade no elenco verde e amarelo é Jessé Mendes, líder do QS. O atual campeão em Margies é o havaiano Sebastian Zietz. De convidado a membro da elite, o havaiano de Kauai inicia a defesa de seu título contra o aussie Ethan Ewing e o paulista Filipe Toledo.

GLOBOESPORTE.COM: Quais as peculiaridades das ondas em Margaret River e qual a sua estratégia para tirar o melhor de cada uma nos diferentes picos do campeonato (Main Break, The Box e North Point)?

ADRIANO DE SOUZA: Pelo que vi na previsão do tempo parece que vai ser no North Point, uma direita que pode se transformar em tubo. Será uma onda bem pesada, que gosto de surfar.

Como foi a sua pré-temporada?

Minha pré-temporada foi praticamente toda no Havaí, só parando para o Réveillon. Também treinei em Bali, na Indonésia, durante a gravação do "Nas Ondas". Foi uma boa preparação.

O que mudou na sua preparação do ano passado para cá?

No ano passado, aconteceram muitas coisas junto com o título mundial, como meu casamento, o que me fez sentir mais essa ressaca do campeonato. Mas, neste ano, eu consegui concentrar tudo nos treinos e me sinto bem mais preparado.

O que você espera neste ano? Algo que pensa poderia ter mudado na temporada passada?

Espero ser bicampeão! No ano passado, não teve muito o que fazer, pois ser campeão acarreta em diversos compromissos e trabalhos que tomam o seu tempo de treino. Neste ano, estou compensando tudo!

Como você observa o equilíbrio de forças no Tour?

Temos um dos melhores elencos de todos os tempos no Tour. Esse deve ser o campeonato mais difíceis de todos, com certeza.

O CT deste ano é um dos mais fortes e equilibrados de todos os tempos, com seis campeões mundiais, além de sete estreantes de peso. Como você observa os membros do circuito neste ano?

Gold Coast mostrou que quem está em cima, quer se manter lá. E quem está em baixo ou esteve por fora, só pensa em voltar para lá. O melhor exemplo disso é o Owen, que venceu depois de um ano parado e quase não voltar. Essa é a vibe.

Além de novas forças, com estreantes como Ian Gouveia, Connor O'Leary, Frederico Morais, Ethan Ewing e Zeke Lau, tivemos também uma temporada de retornos, como Owen Wright e Bede Durbidge, voltando de lesão. Houve ainda o retorno do Mick Fanning, após um ano quase sabático, e o Kelly Slater competindo pela última vez em tempo em tempo integral. Quais pontos fortes você poderia destacar entre os tops da elite?

Os novatos já chegam na elite com uma boa experiência e muita bagagem em praticamente todas as ondas do mundo. E eles são os que podem surpreender, pois ainda não os conhecemos tão bem como os veteranos e são tão difíceis quanto.

Você acha que vai dar zebra novamente em The Box ou os tradicionais favoritos vão dominar o evento?

Difícil dizer, viu. Se der, espero não encontrar no meu caminho! :)

A WSL passou a vocês a novidades sobre a questão de segurança e patrulhamento das águas em Margaret?

O patrulhamento deve ser igual o ano passado, com o jet ski patrulhando e os drones observando os tubarões. Além de confiar nesste trabalho, eu entro na água focado e pilhado em pegar uma onda grande, acabo nem pensando em tubarões.

Está tranquilo ou tem medo de possíveis encontros com tubarões?

Faz parte. Não os imagino atacando a gente e espero não ter nenhum encontro, pois não seria legal. Mas é a natureza. Eu espero que seja igual aos outros anos, com muitas ondas e muito surfe, esse negócio de acidente aí prefiro nem comentar pois não vai acontecer.

Como você vê o controle contra possíveis ataques a surfistas e banhistas na Austrália?

Esse é o habitat deles, nós que estamos invadindo. Sempre aconteceram ataques, mas não sabemos ao certo a razão. Claro que não quero estar do lado deles, tenho medo, mas temos que respeitar e pensar no nosso campeonato. As ondas de Margaret River são maravilhosas e são elas que devem brilhar.

Acredita que haverá superioridade por parte de surfistas de Brasil, Austrália e Havaí neste ano?

Acredito que não. Temos surfistas europeus e americanos sempre batendo na porta. É claro que os países costeiros têm um volume maior de atletas, mas acredito que sempre haverá essa pluralidade, ainda mais agora que o surfe virou um esporte olímpico e muitos governos apoiam fortemente as modalidades olímpicas - o que pode ajudar um surfista a viajar e surfar em todas as ondas possíveis.

A perna australiana é sempre um pilar nas suas campanhas, um lugar onde você sempre costuma ter bons resultados. A que você atribui este fato?

Chego na Austrália aquecido pelos treinos, chego cedo e vou treinar. As ondas australianas me agradam bastante, meu estilo encaixa muito bem e a motivação em alta ajuda demais.

Você se sente em casa na Austrália?

Demais! Teve um ano até que fiquei mais tempo que o permitido e acabei sofrendo pra renovar o visto!

Confira as baterias da 1ª fase em Margaret River:

1 - Kelly Slater (EUA) 8.07 x Mick Fanning (AUS) 6.67 x 1.00 Leo Fioravanti (ITA)

2 - Kolohe Andino (EUA) 8.77 x Stuart Kennedy (AUS) 1.20 x Ezekiel Lau (HAV) 7.00

3 - Matt Wilkinson (AUS) 3.10 x Miguel Pupo (BRA) 3.17 x Jack Freestone (AUS) 6.77

4 - Jordy Smith (AFS) 13.76 x Kanoa Igarashi (EUA) 1.77 x Nat Young (EUA) 12.00

5 - Gabriel Medina (BRA) 7.26 x Wiggolly Dantas (BRA) 2.54 x Jessé Mendes (BRA) 11.07

6 - John John Florence (HAV) 13.67 x Frederico Morais (POR) 3.40 x Jacob Willcox (AUS) 4.40

7 - Owen Wright (AUS) 8.70 x Connor O'Leary (AUS) 12.40 x Ian Gouveia (BRA) 12.50

8 - Joel Parkinson (AUS) 8.70 x Caio Ibelli (BRA) 9.16 x Jadson André (BRA) 4.80

9 - Adriano de Souza (BRA) 10.50 x Adrian Buchan (AUS) 6.24 x Jeremy Flores (FRA) 12.60

10 - Michel Bourez (TAI) 10.40 x Conner Coffin (AUS) 2.56 x Joan Duru (FRA) 4.50

11 - Julian Wilson (AUS) 4.90 x Josh Kerr (AUS) 0.00 x Bede Durbidge (AUS) 3.33

12 - Filipe Toledo (BRA) 1.77 x Sebastian Zietz (HAV) 14.83 x Ethan Ewing (AUS) 5.17

Baterias da repescagem (segunda fase):

1: Gabriel Medina (BRA) x Jacob Willcox (AUS)

2: Matt Wilkinson (AUS) x Nat Young (EUA)

3: Owen Wright (AUS) x Ezekiel Lau (HAV)

4: Joel Parkinson (AUS) x Leonardo Fioravanti (ITA)

5: Adriano de Souza (BRA) x Jadson André (BRA)

6: Filipe Toledo (BRA) x Joan Duru (FRA)

7: Josh Kerr (AUS) x Bede Durbidge (AUS)

8: Conner Coffin (EUA) x Ethan Ewing (AUS)

9: Adrian Buchan (AUS) x Frederico Morais (POR)

10: Connor O'Leary (AUS) x Wiggolly Dantas (BRA)

11: Mick Fanning (AUS) x Kanoa Igarashi (EUA)

12: Stuart Kennedy (AUS) x Miguel Pupo (BRA)

 

Loading

Carregando Comentários...

Veja também

Ver Mais notícias