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Belfort recupera fome de competidor: 'Virei um ogro, estou falando palavrão'

Fenômeno chama Bisping de frouxo e rebate declaração de Gastelum, que disse que seu tempo era o passado: 'Ele está enganado. Sou o passado, presente e o futuro'

18 janeiro 2017 - 11h24Por Globo Esporte

Vitor Belfort garante: a versão passiva que pisou no octógono diante de Ronaldo Jacaré e Gegard Mousasi e foi presa fácil para seus adversários ficou no passado. Depois de falar que precisava recuperar "a chama da competição", o Fenômeno garante que este problema já está resolvido e prometeu voltar a ser o lutador que os fãs se acostumaram a ver, com seu estilo agressivo. Nesta terça-feira, em conversa com a imprensa no evento que lançou a abertura da venda de ingressos para o UFC Fortaleza, quando fará a luta principal contra Kelvin Gastelum, no dia 11 de março, o brasileiro usou expressões curiosas para explicar que retomou a fome de lutar.

- Recuperei pra caramba. Estou p* pra cacete, até falando palavrão, tirando meleca, cuspindo... Virei um ogro de novo. Voltei para a minha selva - afirmou.

Rival de Belfort, Gastelum declarou que o tempo do Fenômeno é o passado e que ele é o futuro. Ao saber das palavras do americano, a resposta foi imediata.

- Ele está enganado. Eu sou o passado, presente e futuro.

Sobre o campeão dos médios, Michael Bisping, Belfort foi duro nas palavras ao chamar o inglês de frouxo.

Confira a entrevista em tópicos:

Carreira política

- Todos somos políticos de certa forma. Sou político da humanidade, não represento nenhum partido. Sou brasileiro, pago imposto aqui e nos Estados Unidos. Tenho o direito de me posicionar. O posicionamento do brasileiro, hoje em dia, é fazer o que o outro acha. Se um está falando... No mundo virtual, tudo é bonito, todo mundo ajuda. O casamento na vida real não dá certo, mas no mundo virtual ele dá. Tudo é corrigido, deletamos, postamos o que queremos. Precisamos trazer essa tecnologia para dar oportunidade para a próxima geração, valorizar a atual e tirar o lado positivo disso tudo. Trazer uma nova estrutura, uma nova liderança. Estou falando no modo geral, não só no esporte. Todo mundo precisa de uma chance. É hora de união. A minha crítica é essa. Não adianta entrar na política porque preciso de benefícios. O cara que entra na política não pode precisar dela. A política tem que ser uma vocação, um chamado. E hoje em dia é a forma de empregar várias pessoas e ter benefícios.

20 anos de carreira

- Quem é o Vitor agora (risos)? Eu me pergunto todos os dias: Quem é você? Quando você faz essa pergunta, começam a aparecer vários sonhos. A prioridade é oferecer aos meus filhos uma educação, a minha experiência. Quero inspirar pessoas a conquistar o que elas nunca imaginaram conquistar. O importante é nunca desistir, lutar pelos seus sonhos. Fazer o impacto na vida de uma pessoa já é muito. Eu fico feliz pelo meu histórico e por estar em atividade em alto rendimento, liderando um evento. Isso mostra o valor que eu tenho pelo esporte. Por mais que, às vezes, não seja reconhecido, o povo conhece e eu reconheço. É o que importa.

Equipe

- Tem uma galera boa. A equipe está enxuta, mas ótima. Temos o Rafael Romano, o (Cassiano) Tytschyo, Sérgio Junior, meu treinador de kickboxing, o Anderson (França). Tem só craque. Fora lá em casa: Joana, Davi, Kyara, Vitória. Eles falam: "Vai treinar, vai descansar... Faz isso, faz não sei o quê. Desliga a televisão".

Vantagem de envergadura contra Gastelum

- Tudo para mim é vantagem. Eu só vejo vantagem. Sou o rei Davi.

Má fase

- Quem disse que a minha fase não é boa? Você vê como ruim, eu vejo como boa. São óticas. A vida é muito boa, Deus é muito bom. Que oportunidade maravilhosa estar aqui hoje. Viajei muitas milhas para olhar nos olhos de vocês hoje, lutando pela profissão que fazem, o respeito que eu tenho por vocês. Que privilégio! Quero sair daqui plantando algo no coração de vocês. Nada é impossível. Quem disse que é impossível está mentindo. A palavra impossible, em inglês, eu leio "I'm possible". Eu sou possível.

A volta do espírito de competição

- Recuperei pra caramba. Estou p* pra cacete, até falando palavrão, tirando meleca, cuspindo... Virei um ogro de novo. Voltei para a minha selva. Mudei a mentalidade. Algo que acorda dentro de você. Temos que acordar o nosso gigante. Quantos de nós não ficam dormindo? E, às vezes, dá um clique e você fala: "Não vou ficar mais assim, não vou deixar mais isso acontecer". Independentemente do resultado, que você não tem controle, você tem que ter espírito competitivo. Ele ressurgiu, é um fogo, tenho que alimentar todo dia, não pode deixar apagar.

Derrotas por problemas psicológicos, técnicos ou físicos?

- Foi tudo, juntou um pouco de tudo. E não podemos tirar o mérito do Mousasi ter me acertado um chute daquele, o Jacaré... Hoje em dia ninguém quer lutar contra eles. Isso é ridículo.

Michael Bisping

- É um frouxo, quer lutar com um cara da categoria de baixo. Eu te dou a revanche, deixa o cinturão em casa e vem lutar comigo.

Associações de MMA, como MMAFA e MMAAA

- Ah... É difícil, não tenho estudado muito essas associações. O importante é a conscientização pessoal. Sempre que alguém me convida, tenho que conhecer o líder. O maior protesto começa dentro de si mesmo. O que é justo? Quem é você? No que você acredita? Por eu ter anos de carreira e ser o Vitor Belfort, precisamos conscientizar os atletas, entender que isso é um esporte, um negócio. A gente precisa de alguns direitos, de cuidarem dos atletas. Tenho milhões de ideias que podem ser a favor das organizações, como dos atletas. Vejo união, só vejo positividade nisso. Quando você tem pessoas querendo que você tome a frente, é porque as pessoas acreditam na sua visão. Preciso saber os riscos, benefícios, malefícios e, dentro disso, conversar. Não existe esporte de base no MMA, no próprio UFC. Hoje é muito entretenimento. Vamos dar um show dia 11 de março. Como faço para educar, proteger as crianças que estão começando para não terem lesões cerebrais, corporais? É um esporte violento, que virou moda. Todo bairro tem uma academia de MMA, na qual o cara sonha em ser campeão. Precisamos criar

regras e leis que beneficiem o futuro desses atletas, tanto do presente quanto dos que estão vindo.

Trabalho da USADA com o UFC

- É uma organização competente, estão fazendo um bom trabalho. Não sei como é lá dentro, quem testam, quem não testam, quem determina quem será testado... Eu não posso responder o que não sei, mas com certeza estão fazendo um trabalho muito bom.

Estrutura do Centro de Formação Olímpica, local do UFC Fortaleza

- Estou muito feliz, gostei muito da estrutura. Maravilhosa, estou muito contente. É a primeira vez que vou lutar em Fortaleza. Já estou imaginando o pessoal gritando: "Uh! Vai morrer!" Não quero mais lutar com brasileiros no Brasil, não (risos).

Estratégia contra Gastelum

- Eu não quero saber a dele (risos). É meter a porrada, vai ser porrada.

UFC: Belfort x Gastelum

11 de março, em Fortaleza

CARD DO EVENTO (até o momento):

Peso-médio: Vitor Belfort x Kelvin Gastelum

Peso-meio-pesado: Maurício Shogun x Gian Villante

Peso-leve: Edson Barboza x Beneil Dariush

Peso-leve: Michel Trator x Josh Burkman

Peso-galo: Bethe Correia x Marion Reneau

Peso-médio: Paulo Borrachinha x Alex Nicholson