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Demissão de Micale expõe 'coleção de falhas' no Galo no ano

Demissão do técnico Rogério Micale foi a segunda do clube em 2017; diretoria também hesitou na escolha do comando do futebol profissional este ano

25 setembro 2017 - 09h00Por Globo

ra para ser uma temporada com o Atlético-MG brigando no topo. Porém, o clube chega à reta final de 2017 colecionando fracassos. A lista de falhas é extensa. Nela, chama a atenção a falta de firmeza dos dirigentes para defender suas escolhas. Ainda nem foram completados nove meses do ano, e o Galo já está em busca do terceiro treinador.

Rogério Micale só engordou o catálogo de técnicos da era Daniel Nepomuceno, iniciada em 2015 e que caminha para o fim em dezembro próximo, quando encerra o mandato do presidente atleticano. Levir Culpi, Diego Aguirre, Marcelo Oliveira, Roger Machado e Micale. Cinco estilos completamente diferentes. De um técnico identificado com o clube (Levir), passando por um estrangeiro (Aguirre), por um, então, campeão recente (Marcelo), por um promissor (Roger), até chegar em uma aposta (Micale).

Roger chegou em janeiro passado com a missão de encontrar um equilíbrio para o time, vice-campeão da Copa do Brasil de 2016, mas que sofreu com a instabilidade defensiva. Entre altos e baixos, foi campeão mineiro e levou a equipe à melhor campanha da fase de grupos da Libertadores. Mas não resistiu aos fracassos como mandante no Campeonato Brasileiro. O presidente Daniel Nepomuceno chegou a dizer que o time deveria buscar a “volta do Galo Doido”, uma marca das equipes do clube que tinha o ataque como referência.

Sem muitas opções no mercado, o Atlético-MG encontrou em Rogério Micale a solução. A escolha não foi bem recebida pelos torcedores. Técnico sem grande experiência em times profissionais, Micale é velho conhecido do Galo por ter trabalhado anos nas categorias de base do clube. Chegou também credenciado pela conquista da inédita medalha de ouro com o Brasil na Olimpíada do Rio, em 2016.

Sem tempo para treinar, estreou com eliminação na Copa do Brasil, para o Botafogo. Acumulou mais uma desclassificação no currículo, ao comandar o Atlético-MG no jogo de volta contra os bolivianos do Jorge Wilstermann, em um amargo empate sem gols no Mineirão. Foi criticado por torcedores por escolhas no time. Assim como Roger Machado, Micale não conseguiu evitar decepções da equipe como mandante no Campeonato Brasileiro. E deixou uma pergunta no ar, logo após ser demitido:

- O que está acontecendo só aconteceu na minha gestão ou vinha acontecendo? São perguntas que a gente precisa reavaliar e aí é a cargo da diretoria.

As mudanças não foram apenas no comando do time. A direção do futebol profissional passou por um momento delicado. O diretor Eduardo Maluf, que vinha tratando de um câncer, se afastou. Por respeito ao dirigente, que construiu história vitoriosa no clube, o Atlético-MG decidiu não buscar um novo nome enquanto Maluf se tratava. Em junho deste ano, Maluf faleceu. Só então, o Galo foi atrás de um novo comando para o futebol profissional. Mais uma vez, a saída foi “caseira”. Mais uma vez, alvo de crítricas. Mais uma vez, venceu a pressão.

O diretor das categorias de base, André Figueiredo, assumiu interinamente. A intenção era que ele tocasse o departamento até o fim do ano. Na mira de torcedores, André durou pouco mais de dois meses. As cobranças fizeram a diretoria do Atlético-MG retornar com Figueiredo para as categorias inferiores. O diretor de comunicação, Domenico Bhering, foi deslocado para a função no futebol profissional até o fim do mandato de Nepomuceno, em dezembro.

A espera agora é pelo anúncio do novo treinador:

- Vou marcar essa semana uma coletiva com vocês e peço paciência para conversas. É um momento de despedida, de saída de técnico. É isso - declarou Daniel Nepomuceno.