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25/02/2017 12:27

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Preparador de Guga e Sampras é o segredo por trás da ascensão de Thiem

Após mais de 100 jogos em 2016, austríaco repete a dose sob a supervisão de Alex Stober, que já trabalhou com lendas do tênis e fez até 'milagre'com Meligeni

e Dominic Thiem segue os passos de Pete Sampras, Andre Agassi ou Gustavo Kuerten poderia até parecer um exagero. No entanto, a trajetória deles tem muito mais em comum do que se possa imaginar. Tanto o garoto de 23 anos quanto as lendas do tênis passaram pelas mãos do fisioterapeuta e preparador físico Alex Stober, um dos melhores do mundo. São quase 30 anos de experiência no circuito, trabalhando para a ATP, para o Brasil na Copa Davis e, depois, para grandes estrelas do esporte.

Foi em novembro de 2015 que Alex Stober anunciou sua entrada na equipe de Dominic Thiem, então número 20 do mundo. Em poucos meses de trabalho, o resultado já seria visto. No início da última temporada, o austríaco venceu o ATP 250 de Buenos Aires, derrotando Rafael Nadal, fez semi no Rio Open atropelando David Ferrer, e foi campeão do ATP 500 de Acapulco, seu maior título até hoje.

Atual número 8 do mundo, Thiem contou com exclusividade ao GloboEsporte.com, durante sua passagem pelo Rio Open em 2017, que ele e seu treinador, Gunther Bresnik, já estavam de olho no “dedo mágico” de Stober, mas que tiveram de aguardar um bom tempo o “sim” como resposta.

- Gunter [Bresnik] e eu queríamos ele no nosso time há muito tempo. Ele trabalhava com outros jogadores, então não estava disponível. Em novembro de 2015, Alex ligou para gente e falou que estava pronto para o desafio. Foi uma das decisões mais importantes que tomei na minha carreira. Já trabalhei com alguns fisioterapeutas, mas nunca trabalhava muito essa parte. Desde que ele está comigo, eu sinto a diferença que faz. São longos tratamentos toda noite e o jeito que eu me sinto no dia seguinte é totalmente diferente se eu não tivesse ele - afirmou o principal favorito ao título na Cidade Maravilhosa.

A história de Alex Stober é longa no tênis. Tudo começou em 1989, quando começou a trabalhar para a Associação dos Tenistas Profissionais, em uma parceria que durou 10 anos. De “folga" na Copa Davis, torneio que é da ITF e não da ATP, ele aceitou o convite de Ricardo Acioly para trabalhar com a equipe do Brasil. Entre as histórias, a que mais marcou foi com Fernando Meligeni, no confronto em que o Brasil enfrentaria a Espanha na primeira rodada da Davis, na cidade de Lérida, em 1999.

- Para mim, ele é o maior fisioterapeuta. Alguns fisioterapeutas usam muito as máquinas e outros que usam a mão, o dedo. Ele é um cara que tem um manuseio muito bom. Na nossa época, era o preparador físico, nem existia o fisioterapeuta. Já fazia uma diferença absurda. Tive uma experiência em Lérida de torcer o pé feio domingo à tarde. Eu tava com o pé gigantesco. Aí ele falou "Você precisa acreditar. Vou botar você dentro da quadra, mas você precisa acreditar". Ele pressionava o edema o tempo inteiro. E conseguiu. Joguei contra o Moyà (na sexta) sem problemas, e perdi porque ele era muito melhor que eu - lembrou Meligeni.

Com um nome consolidado no circuito, o alemão foi em busca de novos desafio: trabalhar na equipe de jogadores tops. Um dos principais em sua longa e consagrada trajetória foi Pete Sampras, ex-número 1 do mundo e campeão de 14 Grand Slams. Na longa lista, outros nomes de destaque, como Andre Agassi, Na Li, Petra Kvitova, Angelique Kerber e Tommy Haas.

- Todo mundo é diferente. Trabalhei com jogadores como o Sampras, mas trabalhei com ele quando ele já tinha vivido tudo. Não acrescentei tanto assim. Ele era completo, já tinha sucesso, com Grand Slams nas costas. É um tipo diferente de desafio. Lidei com diferentes nacionalidades e personalidades. Não é fácil dizer quem é o mais interessante - contou Alex Stober, que veio com Dominic Thiem para o Rio Open.

Depois de Sampras, o fisioterapeuta voltou a trabalhar com Guga em 2002. Dessa vez, não apenas nas semanas da Copa Davis, mas viajando como parte da equipe nos torneios do circuito. O tricampeão de Roland Garros falou sobre o trabalho com Alex Stober, brincou sobre o motivo que faz dele um dos melhores nomes do mundo do tênis e ainda sobre a participação dele na equipe do talentoso austríaco.

- O Alex esteve conosco em muitas Copa Davis. Conhecia ele antes, todo o sucesso que ele teve com o Sampras. Depois, a gente viajou também junto para muitos torneios, ele só me atendendo. A lembrança é que dói para caramba, né? Ele tem um dedo que parece um prego. Tudo eu gritava "Ai, Alex" e ele falava "Não chora, vamos". Imagina, você pega um cara como o Alex e junta com o Larri (Passos), olha como eu estava (…) O sucesso do Thiem é derivado de uma série de fatores. Não acho que é somente e exclusivamente essa importância do Alex, mas ele é um cara extraordinário. Para mim é ele, o Zverev me chamam atenção na nova geração que vai dominar o tênis no próximos anos. E ele tá nessa lista - afirmou Guga.

Em 2016, Thiem foi o top 20 que mais disputou torneios no circuito. Somou mais de 100 partidas entre simples e duplas. E a tendência é que esse ele continue jogando muitos torneios esse ano. Até Roland Garros, o tenista só tem programadas três semanas de descanso em seu calendário. O número 8 do mundo foi o único tenista do circuito, aliás, que escolheu jogar Roterdã (quadra coberta dura), Rio de Janeiro (saibro) e Acapulco (quadra dura descoberta) em semanas consecutivas.

- Não sou responsável pelo calendário dele. Basicamente sei o que ele vai jogar e tenho que trabalhar com isso. Tenho que escolher a hora e o momento certo para prepará-lo para os duelos difíceis. Ano passado foi fantástico para ele. Ele tem 23 anos, tem muita fome e se dispõe a trabalhar. Ele se sentiu bem, confiou bastante em seu corpo. Estávamos trabalhando passo a passo e se sentiu melhor a cada a semana. Foi a razão pela qual ele conseguiu competir tão bem, jogar 100 partidas, ganhar muitos torneios - explicou Stober.

A expectativa do fisioterapeuta é continuar na equipe de Dominic Thiem e no tênis por um bom tempo. Mesmo após a longa jornada, ele não pensa em parar de viajar no circuito e de trabalhar com o que tanto ama.

- Fiz minha parte com o Dominic, construí, acrescentei muita velocidade de pé, equilíbrio. Se você cresce fisicamente, você cresce mentalmente também. É sempre relacionado. Ainda trabalhamos e temos uma longa jornada. Para mim, já é normal. Eu nem penso muito, o que tenho que fazer. Consigo imaginar como o resultado vai ficar. Não é mágica. Acho que é o jeito que eu sou. É a paixão pelo jogo que continua me movendo. Amo estar perto de certo jogadores, pessoas, viajar. Essa é minha história - disse o preparador.

Dominic Thiem enfrenta o espanhol Albert Ramos-Viñolas, cabeça de chave 5, na tarde deste sábado por vaga inédita na final do Rio Open. Se avançar, enfrenta o vencedor da partida entre o norueguês Casper Ruud e o espanhol Pablo Carreño Busta.

 

 

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