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Reforços, finanças e clima leve: as perspectivas do Grêmio após título

Clube vislumbra manutenção do grupo e contratação de reforços para apostar no tri da Libertadores em 2017. Autoestima elevada dos fãs pode elevar geração de renda

10 dezembro 2016 - 12h48Por Globo Esporte

O penta da Copa do Brasil foi ainda é comemorado, o jejum de títulos nacionais acabou e boa parte do grupo gremista já está de férias antes mesmo do encerramento do Campeonato Brasileiro. Nos bastidores, porém, a direção já começa a pensar em 2017, com cofres mais cheios, elenco intacto e potencial de fidelização de sócios.

O principal alívio tricolor para o começo da próxima temporada – não há como negar – é nas costas. Os próprios jogadores confidenciam que o peso extirpado dos 15 anos sem troféus relevantes “arruma a casa” de todos os envolvidos e os deixa mais tranquilos em mais uma tentativa do tri da Libertadores, principal competição a ser disputada no ano que vem.

TIME (QUASE) INTACTO

Do time que entrou em campo na decisão da Arena contra o Atlético-MG, apenas o meia Douglas precisa acertar detalhes de contrato. Todos os outros jogadores têm vínculos longos firmados com o Grêmio – além de boa parte dos reservas –, o que permite a continuação do trabalho a partir de janeiro. A ligação do camisa 10 se encerra no fim do ano, mas tem uma cláusula de extensão automática por mais seis meses. Assim, ficaria pendente apenas a negociação dos últimos meses de 2017. O jogador e o clube não veem empecilhos nas conversas.

Por outro lado, há possibilidade de saídas. Depois de segurar as joias olímpicas Luan e Walace, o presidente Romildo Bolzan Júnior já não trata do assunto para 2017 com tanta certeza. A taça da Copa do Brasil os colocou ainda mais em evidência. A próxima janela europeia pode ser implacável para as pretensões tricolores de manter seus jovens.

FINANÇAS TURBINADAS

O título da Copa do Brasil renderá mais R$ 6 milhões extras ao Grêmio ao fim da temporada. Claro que há o desconto para o “bicho” do elenco e outras medidas, mas é inegável que o clube terá mais fluxo de caixa em 2017. A política dos pés no chão trazida por Bolzan começa a oxigenar as finanças, e o aumento do quadro social é a nova aposta em ano de Libertadores. Nos últimos dias, 18,5 mil pessoas se associaram, com expansão de receitas na ordem dos R$ 2 milhões mensais. Sem contar nas cotas de patrocínio, que podem ser incrementadas.

FIDELIZAÇÃO DE SÓCIOS

O movimento de mais de 18 mil pessoas em busca de associação ao clube durante as finais da Copa do Brasil permitiu ao Grêmio superar a marca de 80 mil contribuintes. Conforme já adiantou Romildo Bolzan, o desafio agora é fidelizá-los, para que não entrem na inadimplência e continuem recheando os cofres para a formação da equipe de 2017. O departamento de marketing deve entrar no novo ano com ações para fisgar este nicho de torcedores. A vaga na Libertadores facilita ainda a previsão de acréscimo no quadro social.

LIBERTADORES

O Grêmio vai para sua 17ª disputa de Libertadores mais uma vez com o sonho definido de levantar o tri da competição continental. Como foi o campeão da Copa do Brasil, o time entra direto na fase de grupos. Assim, pelo novo calendário da competição, deve fazer a primeira partida em meados de março, o que dá tempo ao treinador para usar a pré-temporada em seu favor e fazer testes no Gauchão.

O QUE VALE O GAUCHÃO?

A prioridade do tri da Libertadores no primeiro semestre deve novamente fazer o Grêmio relegar o Gauchão a um segundo plano. Pode ser usado para dar ritmo de jogo aos titulares, mas também servir de laboratório para os jovens que começam a ascender das categorias de base. Contudo, está na lista recuperar a hegemonia estadual neste processo de resgate tricolor. Os últimos seis títulos foram comemorados pelo rival Inter.

SEM PESO

"A gente sabia que, se não fôssemos campeões, voltaríamos a ser chamados de m*", resumiu o capitão Maicon na zona mista da Arena logo após a festa do título da Copa do Brasil. O palavrão do volante dá o tom exato do desabafo dos jogadores, que agora deixam o fardo dos 15 anos de jejum para trás e emprestam seus nomes à história do clube. De quebra, começam 2017 com certo alívio às cobranças da torcida e clima mais leve em relação a outras temporadas.

RENOVAÇÃO DE RENATO

Na penúltima passagem pelo Grêmio, Renato Gaúcho assumiu o time durante o Brasileirão de 2013 e levou-o ao vice-campeonato. Porém, devido ao quadro de contenção de gastos, a diretoria não conseguiu mantê-lo para 2014. A situação é semelhante neste ano. O contrato do treinador se encerra agora, mas o Tricolor parece mais ajustado financeiramente para aceitar a pedida de Portaluppi. As tratativas já começaram, e ambas as partes demonstram interesse para um desfecho positivo.

OLHOS EM BOLAÑOS

O ano da principal contratação da temporada, que custou R$ 20 milhões aos cofres tricolores, não foi o imaginado. A cotovelada de William logo em seu segundo jogo com a camisa tricolor e os 40 dias parado, além de todo o processo de recuperação da fratura na mandíbula, dificultaram ainda mais a adaptação do equatoriano. Mas as partidas finais da temporada deram uma injeção de ânimo no torcedor para 2017. Com três gols marcados – um deles o do título da Copa do Brasil – e boas atuações, deixou a impressão de que pode triunfar no ano que vem.

REFORÇOS

Se quiser montar um grupo competitivo para a longa Libertadores de 2017, o Grêmio precisa se reforçar. E tem consciência disso. Em entrevistas após o título da Copa do Brasil, o técnico Renato Gaúcho e o vice de futebol Adalberto Preis explicitaram que o clube sairá em busca de novos jogadores.

– O Grêmio precisa de fazedores de gols. A rigor, temos mais de um jogador para cada posição e ficou comprovado contra Santos, Figueirense e América-MG. Seria isso suficiente para campeonatos que disputaremos? Acredito que não. Todos são úteis, mas precisamos de alguns reforços – disse Preis.

AUTOESTIMA DA TORCIDA

Após 15 anos, os gremistas puderam soltar o grito de campeão em uma competição com relevância nacional. Some-se a isso o período que viu o rival conquistar Libertadores, Mundial, Sul-Americana e seis Gauchões seguidos. Desde a madrugada de quinta-feira, o sorriso voltou a abrir mais facilmente para metade do Rio Grande do Sul. O primeiro troféu erguido na Arena também ajudou na reconstrução da autoestima tricolor.