As alergias alimentares são condições que afetam muitas pessoas, especialmente na infância, e podem se manifestar de forma imediata ou tardia.
Adriana Cunha Barbosa, médica mestra e doutora em Alergia e Imunologia pela USP (Universidade de São Paulo), faz parte da diretoria da Asbai (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia) e é a médica responsável pelo Instituto de Alergia e Imunologia. Segundo ela, é fundamental entender as diferenças entre alergia e intolerância alimentar.
"A alergia envolve uma resposta do sistema imunológico, enquanto a intolerância não tem essa reação imunológica", explicou, durante entrevista à equipe do Algo Mais, do TopMídiaNews.
Na prática, os alérgenos mais comuns entre crianças e adultos incluem frutos-do-mar e castanhas. Embora exames como a biorressonância ou os testes de auriculoterapia estejam em alta, a médica alerta que muitos desses testes podem ser imprecisos, levando a diagnósticos errados. "Os testes devem ser solicitados com base em sintomas específicos, sempre após uma avaliação médica detalhada", destaca.
Quando ocorre uma reação alérgica, é crucial ter um plano de emergência. Adriana enfatiza a importância do uso de adrenalina autoinjetável, que pode salvar vidas em casos de reações graves. No Brasil, esse medicamento é importado e caro, mas há tentativas de viabilizar a produção nacional, a fim de facilitar o acesso à população.
A especialista também alerta que, ao identificar sintomas de alergia, como urticária ou dificuldade respiratória, o paciente deve procurar ajuda médica imediatamente. A automedicação ou o uso indevido de medicamentos pode agravar a situação. Portanto, uma avaliação correta e o acompanhamento de um imunologista são essenciais para o manejo adequado das alergias alimentares.
Alergia ou intolerância?
A confusão entre alergia e intolerância alimentares é comum, especialmente em relação ao leite e ao glúten. A alergia à proteína do leite de vaca é uma reação imediata do sistema imunológico, que pode causar sintomas graves, como anafilaxia (uma reação alérgica grave que pode ser fatal), o que torna a condição um risco de vida, principalmente em crianças.
No entanto, a intolerância à lactose é diferente: trata-se de uma deficiência na enzima lactase, responsável pela digestão do leite, causando sintomas como dor abdominal e diarreia.
Há também, uma intolerância transitória, que ocorre após viroses ou uso de antibióticos, e geralmente é mais comum em adultos, com cerca de 80% da população apresentando algum grau de intolerância.
E o glúten?
No caso do glúten, existem também diferentes tipos de reações. A intolerância ao glúten, muitas vezes associada à disbiose intestinal (desequilíbrio na microbiota intestinal quando ocorre a redução de bactérias benéficas e aumento das bactérias prejudiciais), pode ser tratada com probióticos, permitindo que a pessoa consuma pequenas quantidades de glúten.
Já a doença celíaca é uma condição autoimune grave, onde o consumo de glúten causa inflamação crônica no intestino e pode afetar outras partes do corpo. Para pessoas com essa doença, o glúten deve ser totalmente evitado de uma vez por todas, pois pode causar sérios danos ao organismo a longo prazo. Para proteger os consumidores, desde 2016, é obrigatório que os rótulos informem claramente a presença de glúten e leite em alimentos.
Ajuda do governo no tratamento de alergias alimentares em bebês
No estado de MS ainda não há fornecimento de fórmulas de leite específicas para bebês alérgicos, apesar de ser recomendado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
Segundo Adriana Cunha Barbosa, a falta desse suporte resulta em altos custos para as famílias, com algumas chegando a gastar até R$ 200 por lata. Infelizmente, nem todas as famílias que precisam dessa fórmula têm condições de arcar com os custos ao longo do período em que o bebê precisar dela.
A especialista luta pela aprovação do protocolo que garantirá o fornecimento, o que beneficiaria não apenas as crianças, mas também impactaria de forma positiva na saúde pública, reduzindo internações e complicações associadas à desnutrição.
Serviço:
A dra.Adriana atende no Instituto de Alergia e Imunologia, que fica na Rua Raul Pires Barbosa 636, Bairro Miguel Couto, em Campo Grande.
É possível obter mais informações por meio dos números (67) 99314-4848, no WhatsApp, pelo telefone fixo (67) 3213-6478, ou ainda, pelo Instagram @institutoalergiams.
Você também pode acompanhar o trabalho de Adriana por meio do perfil @draadrianacunhabarbosa, no Instagram.
Confira: