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08/03/2014 06:00

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'Minha família e a música me fazem sentir vivo', diz cadeirante intérprete do samba-enredo da Catedr

Uma história de superação

Desde 2010, o carnaval de Campo Grande tem um personagem que, através da voz e da força de vontade, vem se destacando e rompendo barreiras. Ele desfilou como intérprete do samba-enredo da Catedráticos do Samba neste ano, mostrando a todos que é possível driblar as dificuldades quando se tem determinação.


Paulo Sergio Bazilio da Silva tem 43 anos, é natural de Coxim e adquiriu poliomielite quando tinha apenas um ano e sete meses de idade. Na ocasião, como morava em fazenda, o tratamento era de difícil acesso. “Foi em época de carnaval e os médicos estavam todos de recesso”, relata.


Apesar das dificuldades enfrentadas por ele e pela família, aos poucos foi tratando a doença e seguindo a vida. “Entrei na escolinha muito tarde porque os diretores achavam que eu tinha que estudar na APAE, até que uma professora brigou por mim e conseguiu me matricular em uma escola”, relembra Paulo.


(Foto: Renan Gonzaga)


Na adolescência, vendo o irmão cantar, resolveu se dedicar à música também. Começou em barezinhos da região e aos poucos foi encontrando na arte a alegria de viver. Aos 16 anos, já participava de alguns festivais de calouros, época em que dividia o mesmo palco com a dupla João Bosco e Vinicius.


No ano de 1997 resolveu conhecer a Capital sozinho, com apenas uma mochila nas costas e um colchão de solteiro como bagagem. A identificação com a cidade foi tanta que, a viagem que a princípio seria um passeio, acabou se tornando definitiva.

 

“Me considero um campo-grandense. Foi essa cidade que me deu todas as oportunidades.”

 

“Conheci minha esposa dentro do ônibus, eu morava no centro e fazia academia na Júlio de Castilho quando a vi pela primeira vez. Começamos a namorar em uma sexta-feira 13 e no dia 21 do mesmo mês nós casamos. Foram nove dias de namoro”, revela.


(Foto: Renan Gonzaga)


Hoje, casado e com duas filhas de 4 anos de idade, Paulo tenta passar todo seu amor pelo carnaval à família. Sua esposa e as pequenas Ana Paula e Ana Clara o acompanham em todos os desfiles possíveis. “Minha vida se resume a família e escola de samba”, diz Bazilio.


Ele começou saindo em alas no ano de 1999, mas só em 2010 foi convidado para participar de um concurso de samba-enredo, o que abriu portas para cantar no carnaval. Desde então, já saiu, cantando e desfilando, em escolas como Igrejinha, Os Catedráticos do Samba, Deixa Falar e a Unidos da Vila Carvalho.


Apesar de ter passado por várias grupos, ele diz não ter nenhum preferido e que a emoção é diferente em cada desfile. “É uma família, difícil escolher. Quando me convidam para participar de uma escola de samba eu vou de coração. Eu me entrego a todas elas”, finaliza.


(Foto: Geovanni Gomes)

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