Quando pensamos que alguém ganha à vida levando cachorros para passear, logo nos vem à mente cenas de filmes americanos dos anos 80 e 90, em que, geralmente, personagens de jovens colegiais faziam isto para ganhar uma renda extra. Até então, no Brasil era meio que inimaginável pagar alguém para fazer uma função historicamente atribuída ao dono de um animalzinho. Com o corre-corre do mundo moderno e o crescimento do meio urbano, os momentos dos donos com seus animais de estimação ficaram restritos e novos profissionais surgiram para atender esta demanda.
Embora a prestação deste tipo de serviço já tenha chegado ao Brasil, o nome continua americanizado. Os ‘Dog Walkers’, ou em bom português ‘andadores de cachorro’, desempenham um função essencial ao bem estar e sobrevivência destes animais. Em Campo Grande, a autônoma Gisele Souza, 34 anos, é um das que desempenham este tipo de serviço. “Em cidades grandes como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, este trabalho já é comum. Há países que a profissão é inclusive regulamentada”, explica.
A labradora Mel sempre foi um animal tranquilo, mas os passeios tem contribuido ainda mais. (Foto: Geovanni Gomes)
E foi durante um período que passou na capital paulista que a, até então, comunicóloga pensou na hipótese de adotar a profissão. “Fui visitar meu irmão em São Paulo e minha cunhada fazia trabalhos de adestramento e pet sitter com cães”. A boa ideia somada a vontade de ter uma profissão diferente foi o que serviu como ponta pé inicial para que Gisele começasse a estudar sobre o assunto.
De acordo com a dog walker, alguns adestradores que conheceu costumavam realizar estes passeios para alguns clientes, mas a grande demanda estava impossibilitando este acréscimo ao serviço. Por isto, algumas pessoas começaram a adotar a ideia. “Fiz uma parceria com um pet shop da região que indicou o serviço aos clientes e então comecei com alguns animais perto da minha casa”, explica.
Menos agitação, amenização de problemas de saúde e rotina mais tranquila foram alguns dos efeitos sentidos por alguns clientes de Gisele nos cães, após começaram a praticar os passeios. “Os cães são naturalmente de um ambiente externo e precisam ter contato com a natureza e conviver com outros animais”, explica. Conforme a dog walker, o confinamento de muitos animais por longas horas podem causar problemas psicológicos e eles acabam por direcionar esta energia de forma negativa, os levando a destruir coisas ou a morder.
Gisele destaca a importância de hidratar o cão durante o passeio. (Foto: Geovanni Gomes)
Conforme Gisele, o tempo de passeio necessário para cada cachorro depende do porte do animal. “Nem todos os cães precisam do mesmo tempo de exercício. A idade ou raça determina se precisam gastar mais ou menos energia”. Porém, em relação à quantidade de passeios recomendada, ela afirma que o ideal é fazê-lo diariamente, mas ao menos duas vezes na semana já contribui para o desenvolvimento do animal. Além dos bichos, o serviço também beneficia pessoas de mais idade, que possuem limitações médicas e não podem fazer este passeio, bem como, aqueles que passam pouco tempo em casa.
Durante o passeio Gisele também tem a preocupação de realizar coleta das necessidades dos animais e carregar uma garrafinha de água própria para cachorro. “É importante deixarmos o ambiente da mesma forma que encontramos e hidratar o animal ao poucos durante o passeio”, explica. Os preços cobrados pelo passeio são calculados de acordo com pacotes mensais e diárias acordadas com cada cliente.
Serviço: Para quem quiser contratar os serviços de Dog Walker e Pet Sitter (que dão assistência aos bichos quando o dono está fora), oferecidos por Gisele, pode entrar em contato pelo (67) 8106-8276 ou por meio de sua página no Facebook, a ‘Gisele Dog Walker’.