Dia 27 de março é celebrado o Dia do Circo, um espetáculo que encanta crianças e adultos, levando alegria e magia por onde passa. No entanto, a pandemia de COVID-19 teve um impacto devastador para muitos circos tradicionais, como o Toque Circo, de Mato Grosso do Sul.
Hugo Perez, de 50 anos, membro da quarta geração da família circense que comandava o Toque Circo, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelo seu circo e a saudade dos tempos de apresentação nas cidades de Mato Grosso do Sul.
"Desde a pandemia, o circo está parado. Tivemos que vender muitos bens, inclusive nosso caminhão, e, infelizmente, estamos sem espetáculos para levar ao público", contou.
A situação de inatividade tem gerado sérias dificuldades financeiras para a família, que vivia basicamente da bilheteira das apresentações. "A cultura do Mato Grosso do Sul está muito escassa. Não temos apoio do município ou do estado. A gente é meio excluído", afirmou.
O circo, que tinha mais de 100 anos e rodava todo o Estado, agora enfrenta a realidade de um "circo parado". Hugo explicou que, antes da pandemia, a família estava sempre em movimento, levando alegria para diferentes cidades e compartilhando a tradição familiar com o público local.
"Eu sou nascido em uma barraca de circo. Minha família sempre foi circense. Meus filhos também seguiram essa tradição, mas, com o tempo, eles começaram a trabalhar em outros circos", disse.
Apesar das dificuldades, o desejo de retomar as atividades não desapareceu. Hugo tem planos de reabrir o circo assim que for possível, mas, para isso, reconhece que precisa de apoio. "Pretendo buscar um edital de projeto ou algum patrocínio", afirmou.
O Dia do Circo trouxe uma mistura de sentimentos para Hugo. Por um lado, a tristeza de estar parado, sem poder levar alegria às crianças e famílias que tanto apreciam o circo. Por outro, uma sensação de nostalgia e orgulho pela tradição que carrega em sua família. "É uma dor no coração saber que podíamos estar trabalhando, mas infelizmente, temos que esperar", refletiu.