As campanhas ‘Outubro Rosa’ e o ‘Novembro Azul’ intensificaram a atenção durante os últimos dois meses no combate e prevenção do câncer de mama e de próstata. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o primeiro é o segundo mais freqüente no mundo e o de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros. Em meio a ações para informar, outro tipo de câncer, responsável por atingir homens e mulheres merece atenção. O Inca estima que apenas em 2014, devem ser diagnosticados 32,6 mil casos de câncer de cólon (intestino grosso) e reto. Apenas em Mato Grosso do Sul, a previsão era de 230 novos casos neste ano. O número de novos casos no Estado fica atrás apenas do de mama feminina e colo do útero.
A Dra. Vanessa P. Dotti (CRM MS-4835), especialista em cirurgia no Instituto do Aparelho Digestivo, explica que, inicialmente, 80% dos portadores deste tipo de câncer desenvolvem uma lesão benigna (pólipo). Assim como em outros casos de câncer, se a lesão ou tumor forem diagnosticados na fase inicial, as chances de cura são maiores.
"Existem chances de cura, sim. Em casos muito iniciais o paciente pode fazer o tratamento adequado e ter uma resposta muito positiva”, explica a médica. Conforme levantamento do Inca, o índice de sobrevida é de 55%.
Como este tipo de câncer é considerado silencioso, a recomendação é que o paciente fique atento a pequenos sinais emitidos pelo organismo. Dores abdominais, alteração no hábito intestinal, sangramento nas fezes e perda de peso são alguns sintomas que podem indicar a presença de alguma alteração no intestino.
A dieta adotada no dia a dia e até mesmo o fato de não praticar exercícios físicos podem ser determinantes para o surgimento deste tipo de câncer. A recomendação é que o paciente faça exercícios físicos rotineiramente e consuma alimentos que contêm fibra dietética, como frutas, hortaliças e cereais integrais.
A Dra. Vanessa Dotti explica, ainda, que, existe um exame capaz de verificar lesões no intestino, a colonoscopia. O colonoscópio é um aparelho flexível com cerca de um metro de comprimento e uma fibra óptica com uma câmera na extremidade que permite captar imagens em alta resolução. Esta câmera faz imagens do intestino grosso e parte do delgado. E é por meio dessas imagens que o médico consegue ver até pequenas lesões. Este exame é indicado para todos os pacientes a partir dos 50 anos como forma de prevenção.
Naqueles casos em que o paciente tem algum histórico familiar de câncer no intestino ou doenças inflamatórias no órgão, a orientação é que o exame seja feito mais cedo. “O paciente sempre deve procurar um médico para receber os cuidados necessários”, lembra Vanessa.
Câncer no intestino – De acordo com o Inca, estimativa mundial de órgãos de saúde, para os novos casos no ano de 2012, o câncer de cólon e reto configura-se como o terceiro tipo de câncer mais comum entre homens, com 746 mil casos novos, e o segundo nas mulheres, com 614 mil.
O mesmo estudo aponta que tem ocorrido uma mudança no padrão da incidência do câncer de cólon e reto. Em países onde o risco era considerado baixo, como Japão e outras nações asiáticas, existe uma tendência de aumento para a incidência deste tipo de câncer. Por outro lado, em países com alto risco, a incidência apresenta uma estabilidade ou até mesmo um declínio em suas taxas.