Convencionou-se achar que pitbull é uma raça agressiva de cães, que representa perigo indistinto a quem se aproxima deles. Suélem Aredes é a tutora de Valentina, Aragorn, Ávila e Aredes, quatro pitbulls muito carinhosos, brincalhões, e que mostram que quem vê cara definitivamente não vê coração.
Suélem conta que quando perdeu o pai, ficou totalmente desolada e que Aredes foi quem a tirou do "fundo do poço".
"Eu perdi meu pai, fiquei totalmente sem chão, me isolei, pensei em tirar a própria vida. Foi quando o meu ex-namorado, que já teve pitbull também, sabendo como eles são cães companheiros e dóceis, me presenteou com o Aredes para que eu não me sentisse mais sozinha", relembra.
Ela também explica que o nome do pit, que é o sobrenome dela, foi dado ao 'cãopanheiro' em homenagem ao pai dela, para manter viva a memória e o nohme do pai dentro de casa.
"Depois vieram os outros: Valentina, que também é sobrenome do meu pai falecido, ‘ Valentim ‘. Depois veio Ávila, que tem esse nome em homenagem à minha ex-sogra, também falecida. Assim como eu mantinha vivo o nome do meu pai, quis que meu ex também tivesse o da mãe dele. E, por fim, veio o Aragorn, esse nome foi o ex quem escolheu."
Suélem afirma ser a "mãe das crianças", diz que fala alto que isso às vezes incomoda alguns seguidores.
Quanto à rotina com os pits, ela afirma que é uma vida simples. "Somos simples, casa sem porta, porque eles comeram; meu sofá também comeram e sujaram tudo. Temos uma rotina de muita atenção, carinho, e alegria não falta em casa. E mostro toda a realidade no Instagram: que fazem arte, que destroem as coisas, porém, trazem muita alegria e conforto ao meu coração", se derrete.
Ela conta que quando grava para as redes sociais, surpreendentemente, os doguinhos fazem o que ela pede. "O engraçado é que eles parecem gente , literalmente interagem comigo e o seguidores (que chamamos de amomô), e por várias vezes quando estou gravando para o Instagram eles fazem exatamente o que eu peço. A vovó, Sueli da Conceição Barbosa Corrêa, minha mãe, também é fundamental! Eles a amam e ela os trata exatamente como netos."
"Quando a vovó vem em casa gera muita interação no Instagram, os amomô amam ver a vovó com eles. Minha mãe é simples, troca algumas palavras e essa ingenuidade dela conquista muito, pois está sempre alegre. Minha mãe, por mais dificuldade que enfrente na vida, sempre está de cabeça erguida e não reclama de nada, o que é uma lição para mim e para quem sempre a vê com o sorriso no rosto", conta Suélem sobre sua família.
Para quem pensa em adotar pitbulls, mas tem receio de que se tornem agressivos, Suélem é direta: "Eles são uma raça protetora, carinhosa, dócil, e a responsabilidade do cão é totalmente do tutor. Se criar com amor e carinho é isso que eles se tornarão, seres carinhosos e afetuosos, eles são o que os donos os ensinam a ser".
Suélem afirma que, no dia a dia, seus cães são sua fortaleza. "Eles são minha alegria. Chegar em casa e ter eles quatro me esperando é o que me faz ser forte."
Interação
Quando criei o Instagram era apenas para ter momentos com eles, registrando tudo, e foi crescendo, ganhando o carinho dos 'amomô'. Inclusive, eles ganham presentes dos seguidores 'amomô', que mandam de outros estados pra cá", comenta.
Ela também conta que chegou a ir ao encontro para conhecer uma seguidora. "Já fomos até o aeroporto para conhecer pessoalmente uma seguidora de Macaé (RJ) que veio para Bonito passear e aproveitou para entrar em contato e dizer que estaria no aeroporto da cidade, e gostaria muito de nos conhecer pessoalmente, então fomos."
A ideia de Suélem é mostrar a influência que o tutor pode ter no temperamento do bichinho. "Hoje somos 75k de seguidores no Instagram e é uma alegria grande poder mostrar o outro lado da raça, quebrando preconceitos. Pitbull é o que o dono o ensina a ser", conclui.
Você pode acompanhar o dia a dia dos pits no perfil @pitbull_aredes.
"Cão babá"
No final do século XIX e começo do século XX, o pitbull era bastante popular em casas com famílias (Foto: Reprodução Portal do Dog)
Nas décadas recentes foi criada uma grande celeuma em volta da ferocidade dos pitbulls, e muito se fala a respeito da agressividade supostamente natural da raça, entre outras coisas.
O que pouco se fala, no entanto, é sobre o fato de que no final do século XIX e início do século XX, os pits eram popularmente chamados de "cão babá", por serem considerados, àquela época, a melhor opção para fazer companhia e proteger crianças.
Eram utilizados por pessoas de todas as classes sociais e por muito tempo, sua docilidade os manteve como a primeira opção quando se tratava de animal de estimação em casas com criança.
A má reputação, no entanto, tem mais a ver com a forma como o animal é criado, do que com a natureza dele, propriamente dita.
Em testes de temperamento, nos quais o cachorro é deliberadamente irritado para que seu grau de tolerância seja mensurado, o pitbull se mostrou muito paciente e bastante tolerante, ficando atrás apenas - acredite se quiser - do golden retriever, reconhecidamente um cão "para famílias" e que gosta de crianças.
Confira:
Família de Campo Grande mostra que pitbulls são seres muito queridos e amáveis pic.twitter.com/zaoapg94cn
— TopMídia News (@topmidianews) April 5, 2023