Moradora de Campo Grande, Pietra dos Reis de Oliveira é uma menina de 8 anos que decidiu fazer pulseiras, a fim de ganhar o próprio dinheirinho. O que chama a atenção é a maneira como ela aprendeu a confeccionar: a pequena apenas observou as peças que já possuía e, assim, "imitando", começou a fazer as próprias, com o objetivo de vender. 

"Ela disse que aprendeu vendo as pulseiras que compramos para ela e ela tentou fazer meio que imitando. Ela ia seguindo conforme aquilo que ela via", conta a estudante do curso técnico em enfermagem, Andressa dos Reis, mãe de Pietra.

Segundo conta Andressa, Pietra já tem seus próprios planos para a renda extra: "Ela quer investir nos materiais das pulseiras, guardar uma parte e a outra gastar com o que quiser", conta a  mãe. 

Andressa relata que engravidou de Pietra aos 18 anos, mas nunca teve o apoio do pai da menina, que nunca a assumiu, nunca ajudou financeiramente e nunca se fez presente na vida da criança.

"Hoje minha rotina é estudar, pois faço técnico em enfermagem, porque uma das minhas tias que custeia meu curso. E com isso não acho serviço que consiga conciliar com o horário do meu curso e estágio, Pietra estuda em colégio particular porque nós conseguimos uma bolsa de 50% pra ela, sendo que pago com a ajuda minha mãe e da minha irmã que é a madrinha dela", relata. 

Andressa conta que sempre viu a própria mãe trabalhando muito, e esse é o exemplo que ela tem. "Desde de criança, eu acompanhava minha mãe nos eventos em que ela trabalhava, e eu cresci assim, sempre lutando pelo que é meu. Hoje, não tendo serviço fixo, faço freela com minha tia, que tem uma empresa de eventos, buffet, e faço bolos confeitados e docinhos para festa. Sempre minha tia me coloca pra trabalhar com ela, então a Pietra cresceu nesse meio, vendo sempre a minha busca de fazer meu dinheiro", relembra a mãe.

A jovem explica, ainda, que sempre que sai para trabalhar, a pequena reclama que a mãe trabalha muito e que poderia ficar mais em casa, mas ela tenta mostrar à filha que é necessário batalhar.

"Eu sempre deixo claro que a vida de adulto é assim. A Pietra tem o que precisa, não temos luxos, então, às vezes, quando ela quer algo supérfluo, falo para ela que ela precisa ter o dinheiro dela, porque precisa entender que tudo tem um custo, e quando damos dinheiro a ela, ela gasta com qualquer coisa que vê, então ela começou a me pedir para ser YouTuber, para ser famosa e ganhar bastante dinheiro para nos ajudar financeiramente". 

Criança precoce

A mãe da pequena comenta que sempre viu a filha como uma criança de "vanguarda". "A Pietra sempre foi uma criança a frente da idade dela, muito inteligente, muito cuidadosa e esperta, então, eu sempre notei que ela ficava muito deslumbrada quando via essas pulseiras. Aí, no Dia da Criança, ela ganhou um kit pequeno da minha tia Elma e ela falou: 'Olha, mãe, que tal fazer umas pulseirinhas para vender para minhas amigas?', e eu super apoiei, logo fez várias pulseiras, mas não conseguiu vender nenhuma e ficou bastante triste", conta. 

Pietra observou as pulseiras que já tinha para criar suas peças (Foto: Arquivo pessoal)

Iniciativa

No mês de novembro, porém, as coisas começaram a tomar outros rumos: "Agora, dia primeiro, foi o aniversário dela, e eu comprei um kit de quatro mil peças para ela e ela começou a me pedir para divulgar no Facebook, ir vender nos vizinhos e, até mesmo na Praça do Papa, pois moramos perto", Andressa relata. 

"Aí eu decidi postar no Facebook e 'bombou', ela já teve algumas encomendas e está super empolgada com tudo que vem acontecendo. Eu fico muito feliz em ver ela com tanta iniciativa referente a isso, e eu dou todo o apoio possível. Inclusive, estamos aqui no centro com ela, vendo materiais e - inclusive, também - mulher da loja reconheceu ela e disse que viu a postagem", conta Andressa ao TopMídiaNews. 

Quem quiser dar uma olhadinha nas peças que a Pietra produz, pode acessar o perfil dela no Instagram: @puls.eirasdapi.

Encomendas no telefone: (67) 99226-2475