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16/01/2014 06:00

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Origamis viram borboletas encantadas e outras figuras para crianças em oficina

Arte e terapia

Olhos vidrados nas formas coloridas que o papel pode se transformar. Na cabeça dos pequenos, conseguir dobrar uma única e um simples borboleta já é um grande feito que deve ser mostrado entre todos os coleguinhas. A instrutora tenta atrair atenção como pode, mas a felicidade é tanta que ninguém consegue ficar parado.


É só puxar aqui em baixo e depois arrumar a asinha”, ensina a instrutora Elizabete Vieira, que também é acadêmica do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. “Depois que conseguirem fazer certinho, vocês tem que tentar pelo menos umas cinco ou seis vezes para nunca mais esquecerem”, completa.


Segundo Elizabete, um dos objetivos da turma ao fazer as dobraduras, moldando e modelando os papeizinhos coloridos, é desenvolver a coordenação motora dos pequenos. “Para fazer origami você precisa de uma certa sensibilidade tátil que só consegue ser desenvolvida enquanto dobra”, afirma.


Foto: Renan Gonzaga


Esta é a rotina durante o mês de janeiro no Museu de Arte Contemporânea de MS, o Marco, que oferece oficinas de origami para o público a partir de sete anos de idade. A felicidade fica estampada no rosto da criançada em cada peça formada. “É um pouco diferenciado, o curso para as crianças é voltado para o lúdico”, comenta a instrutora.


HISTÓRIA E ETIMOLOGIA


A palavra Origami (do japonês: 折り紙, de oru, “dobrar”, e kami, “papel”) é a tradicional arte japonesa de dobrar papéis e criar representações de seres ou objetos com dobras geométricas, sem cortá-los ou colá-los, podendo representar diferentes significados.


Foto: Renan Gonzaga


Criada no Japão há quase mil anos, para ser mais exato na Corte Imperial, onde era conhecido como um passatempo divertido e interessante, no começo era praticado apenas por adultos, porque o papel era muito caro naquela época e só a nobreza tinha acesso.


Vale lembrar que existe uma polêmica sobre o surgimento do origami: Para alguns historiadores ele foi criado na China, em 105 a.C. para substituir a seda que era usada para escrever naquela época. A técnica virou segredo no império chinês, e só então chegou no Japão, no século 6, por intermédio de monges budistas.


Na cultura japonesa, cada figura tem uma denotação diferente: O sapo representa o amor e a fertilidade, a tartaruga simboliza a longevidade. Já o tsuru, que é a ave símbolo do origami, também conhecido como grou ou cegonha, significa felicidade, boa sorte e saúde.


A LENDA DOS MIL TSURUS


Não se sabe ao certo desde quando existe a lenda no Japão, mas a história passada de geração em geração diz que aquele que fizesse mil tsurus de origami, teria um pedido realizado pelos deuses. Porém, a fábula só ficou mundialmente conhecida com a história da garotinha Sadako Sasaki.

 

Os lendários tsurus. Foto: Renan Gonzaga


A menina tinha apenas dois anos quando a bomba atômica foi lançada sobre Hiroshima, em agosto de 1945. Dez anos depois, com 12 anos, sentiu um cansaço e tonturas enquanto praticava uma prova de corrida. Ao chegar no hospital foi diagnosticada com leucemia, ou “a doença da bomba atômica”.


Sua amiga, Chizuko, foi visitá-la e levou papéis de origami para Sadako, em seguida contou a lenda dos mil tsurus. Na esperança de ser curada, a menina passou a fazer origamis com a ajuda da família e amigos que iam visita-lá no hospital.


Ela morreu em 25 de outubro de 1955, antes de completar os mil tsurus e sem ter seu pedido realizado. Mas o importante é a lição que Sadako deixou: Nunca disistir, pois a pequena dobrou os papeis enquanto pôde e serviu de inspiração para todo o Japão por conta de sua coragem e força.


Em 1958 uma estátua de Sadako segurando um tsuru dourado foi construída no Parque da Paz, em Hiroshima, como forma de homenagem a menina. Ela representa todas as crianças que morreram em consequência da bomba atômica. O monumento carrega os escritos “Esse é o nosso grito. Essa é a nossa reza. Paz no mundo!”


Foto: Renan Gonzaga

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