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02/09/2022 13:30

Plantio direto na palha é técnica garantida para colheita de sucesso em MS

Preparo do solo é essencial para que as sementes possam ser fertilizadas da forma mais correta

Com uma nova época de plantio se aproximando, agricultores de Mato Grosso do Sul se preparam para mais uma safra de soja que deve seguir pelos próximos meses, com destaque ao produtor rural que investir em tecnologias e técnicas de plantio que melhor agreguem em todo o processo que envolve desde a preparação do solo até a colheita.  

São diversas as maneiras utilizadas para que, cada vez mais, a o resultado final seja de sucesso. E assim tem feito o produtor rural Rodrigo Monteiro, que abriu as portas de uma de suas terras para a equipe do TopMídiaNews

À aproximadamente 20 quilômetros da região central de Campo Grande, a fazenda Dom Rodrigo, que antes era voltada 100% para pecuária, este ano se prepara para receber, em 490 hectares, o plantio da soja pela primeira vez.

Porém, para que tudo isso aconteça, é preciso esforços dobrados por parte da equipe que atua na propriedade, pois é preciso preparar o solo para receber as sementes. 

“É agricultura de precisão, correção de perfil. O solo não é uniforme. Para ser feita essa análise, dois homens passaram dois dias ali coletando tudo. O trator tem um monitor que você conecta um pen drive com todas as informações do solo e sua localização, que, através do mapa, vai jogando certinho a quantidade que precisa em cada metro”, contou Rodrigo, enquanto mostrava para a equipe a qualidade da terra no local. 

Trator preparando o solo para recebimento de nutrientes

Rodrigo mostrou como são realizadas todas as etapas do processo de preparação do solo. Foto: Wesley Ortiz

Em pouco mais de dois meses, o trabalho intenso focou na passagem de um trator com grade pelo terreno, para que a terra fosse mexida, em seguida aplicado cerca de oito toneladas de calcário em cada hectare para preparar o solo, divididos em três voltas. 

Na sequência, serão aplicados o fósforo e outros microelementos que ajudarão o solo a se fortalecer. Como trabalho final, o grupo plantará milheto, uma espécie de gramínea que cresce muito rápido. 

Após 40 dias, o milheto será totalmente dessecado, criando uma palha que ficará sobre o solo, ajudando a segurar a umidade, prevenindo erosão, mantendo uma adequada temperatura da terra, dentre outros vários benefícios. 

“As pessoas não gostam de seguir esse tipo de técnica, pois inicialmente possui um custo bastante elevado, mas que gera retorno no futuro”, disse.

Papel importante do Senar/MS

E assim orienta o Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que conta, entre os seus diversos cursos, com uma capacitação para produtores rurais que queiram começar a utilizar a técnica que vem evoluindo ano a ano, assim como a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária Mato Grosso do Sul).

“Em todas as nossas ações, seja interna com os nossos colaboradores, seja no atendimento, a gente busca levar esses conceitos ao produtor rural. O que significa isso: produzir com responsabilidade social, fazer a parte desde o registro dos seus funcionários com adequada condição de trabalho, até nas questões ambientais de seguir a legislação do código florestal que é bastante restritiva, cuidar dos seus recursos naturais. Quando você aumenta a produtividade por hectare, isso significa que vai precisar de menos áreas para produzir. Então você evita que futuramente precise desmatar”, contou Lucas Galvan, superintendente do Senar/MS. 

Trator preparando o solo para recebimento de nutrientes

Superintendente do Senar/MS explicou os diversos benefícios oferecidos aos produtores e trabalhadores rurais. Foto: Marco Codignola

Lucas destacou, também, que os cursos são abertos a toda população que trabalha com o meio rural, seja ele trabalhador ou produtor, com a intenção de capacitar cada vez mais pessoas, uma vez que a agropecuária tem atraído muitos interessados em migrarem para a área. 

“Nós temos cursos na área de formação de mão de obra mais tecnificada. Então nós temos cursos técnicos à disposição para que possam ter mais profissionais que possam auxiliar o produtor. E nós temos projetos em que mais de 7 mil produtores recebem assistência técnica mensalmente dos nossos técnicos, orientando o produtor em como ele deve fazer, a parte de gestão, de controle. Então a gente com isso busca melhorar a eficiência produtiva dos nossos produtores”, ressaltou.

Trator preparando o solo para recebimento de nutrientes

Bruno é um dos operadores que atuam na fazenda. Foto: Wesley Ortiz 

Paixão que passa de pai para filho

E como é muito comum no meio rural, os filhos, em sua maioria, seguem os ofícios dos pais, administrando as propriedades, sejam elas grandes ou pequenas, uma vez que a capacitação nos dias atuais está mais facilitada. 

É o que acontece com a família do Rodrigo, que contou para nossa equipe que nunca pensou em trabalhar com outra coisa, a não ser com fazendas. 

Formado em veterinária, ele assumiu o comando da propriedade do pai, que veio para Mato Grosso do Sul nos anos 60, na intenção de iniciar a vida em uma nova área. 

“Meu avô por parte de mãe sempre mexeu com fazenda e gostava muito de trabalhar com isso. Aí meu pai comprou e eu fiz veterinária. Então eu sempre mexi com terras”, disse. 

Agora, os dois filhos, Caio e Marcelo, seguem na mesma área, ajudando a administrar as duas áreas que possuem em Campo Grande e Sidrolândia, e cuidam, em parceria com um primo, de uma área próxima da cidade de Terenos, além da terra do avô que está localizada em Iguatemi. 

Mudança completa

Porém se engana quem pensa que Rodrigo sempre trabalhou com a agricultura. Até o ano de 2012, o produtor seguia com a pecuária, tendo mais de 10 mil cabeças de gado espalhados pelo Estado. 

Mas a vontade de crescer e trabalhar com algo que o motivasse ainda mais fez com que o então pecuarista estudasse sobre agricultura e partisse para esse ramo. 

Dentre erros e acertos, Monteiro ressalta que a técnica de plantio direto sobre a palha tem feito com que ele deixasse de ter prejuízos, inclusive em anos que a seca ou o frio extremo castigam as lavouras, como ocorreu em 2021. 

No ano passado, a forte seca que atingiu MS resultou aos produtores rurais a colheita de cerca de 10 sacas por hectare, muito abaixo do esperado, deixando muita gente no prejuízo. Porém, como Rodrigo costuma preparar o solo em todas as propriedades que atua, ele colheu 32 sacas por hectare. Mais que o dobro dos demais. 

Trator preparando o solo para recebimento de nutrientes

Solo seguirá nutrido por, pelo menos, seis anos. Foto: Wesley Ortiz

“Em 2021, o ano todo foi afetado pelo forte calor. Em julho do ano passado tivemos uma friaca que matou todo o milho. Eu colhi 32 sacas de milho. E na soja eu colhi apenas 37.  Em um ano normal, a soja eu colho 65 sacas e milho de 105 a 110. Graças a isso eu consegui pagar os custos, ficou no zero a zero. Quem não fez isso tomou prejuízo”, finalizou. 

Agora, os produtores se preparam para mais uma época de plantio que deverá durar até os meses de fevereiro a março, quando, então, são plantados a safra de milho. 

Por conta do clima favorável e do solo nutrido, MS é um dos estados que conseguem manter duas safras completas em um único ano. 

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