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16/02/2014 06:00

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Promessa entre os lutadores de MMA, jovem de MS corre atrás de sonho na Suíça

Na garra e na coragem

Jovem e promissor. Henrique Sugimoto é um dos maiores nomes do MMA de Mato Grosso do Sul na atualidade e possuí, mesmo aos 24 anos, um história cheia de grandes momentos. Dentro do octógono, ele conseguiu levar o nome do Estado para um patamar jamais visto antes. E hoje, após conquistar o cinturão, é a prova viva de que talento não tem idade.


Tudo começou quando Henrique tinha 14 anos e morava na região de Mie, na cidade de Yokkaichi, no Japão. Ele lutava jiu-jitsu com o mestre Roberto Nacaya, incentivado pelo irmão Felipe Shiguemoto. Aos 17 anos precisou parar de estudar para ajudar os pais em uma fábrica de confecção de bancos para carros, em tempo integral e fazendo horas extras.


Mesmo esgotado do trabalho, encontrou tempo para treinar aos sábados com o professor Osmar Majeski, que também era lutador de MMA, e após um evento onde acompanhava seu mestre, que era um dos treinadores, Sugimoto foi convidado por um competidor a começar a outra modalidade durante uma conversa nos bastidores.


Meus treinadores diziam que quando você inicia na luta, ou você vicia ou você para, a partir desse dia me apaixonei e nunca pensei em parar.”


Fui acompanhar ele para assinar o contrato, me apresentou o responsável e os dois começaram a conversar em japonês, que na época eu entendia muito pouco. Mencionaram meu nome para participar do próximo campeonato, e quando eu percebi que estavam falando de mim fiquei aflito, pedi para não marcar”, relembra.


Henrique exibe cinturão conquistado com muita garra. (Foto: Arquivo pessoal)


No começo seus treinos eram, segundo ele, “básicos e sem preparo”. Terças e quintas se dedicava ao jiu-jtsu e aos sábados ao muay thai, época em que pesquisava algumas técnicas na internet e praticava com seus irmãos e amigos. Um mês depois de muito esforço, entrou no octógono para sua primeira luta oficial.


Lutei contra um japonês veterano e foi uma sensação indescritível, pensava muita coisa ao mesmo tempo, hora me motivava e queria ganhar, outra hora pensava 'porque não estou em casa como uma pessoa normal?'. Quando entrei no octógono, no primeiro toque de luva, a luta começou e foi muito acirrada, movimentada, tanto em pé como no chão. No final ele ganhou por pontuação, mas foi uma derrota com gosto de vitória”, reconhece.


Desde então sua vida como lutador de MMA só deslanchou. Hoje ele está na Europa, mais precisamente na Suíça, na cidade de Neuchatel, em um período de preparação para sua próxima luta. “Os treinos ficam muitos mais intensos e a alimentação muitos mais regrada. Aproximadamente 10 dias antes eu corto totalmente o carboidrato e sódio”, explica.


No jiu-jitsu conquistou várias competições, mas as principais são “Dumau Internacional” e “Rickson Grace Cup”. No MMA conquistou “Deep 51 Impact Internacional”, “Gladiator Internacional” e o “HEAT Mega Battle Internacional”. Porém, considera o melhor momento de sua carreira quando venceu na categoria médio (83,9 kg) e conseguiu o cinturão na “Heat Mega Bettle Internacional”.


Jovem em um Castelo em Amsterdam, durante uma de suas viagens internacionais. (Foto: Arquivo pessoal)


Por ficar tanto tempo fora do país, ele mantém contato diariamente com amigos e familiares através do Skype e do WhatsApp. “Tanto com meus pais e meu irmão mais novo, Guilherme Shiguemoto, que estão no Japão, como com meu irmão mais velho Felipe Shiguemoto e minha vó que estão em Campo Grande”, afirma.


Na Rússia conheço as cidades de Moscow, Vladivastok e Makhachkala. Já tive oportunidade de conhecer a Coreia. Também fui para Amsterdam, na Holanda, onde fui convidado para treinar com Alistair Overeem. Na Suíça, onde estou atualmente conheço Geneva, Zurich, Lausanne e ber, entre várias cidade da Europa.”


Apesar da cara de mau e da pose de “bad boy” que assusta os oponentes, ele afirma ser um jovem alegre e atenciosos. “Muitos acham que por ser lutador o cara é grosso, eu pelo menos sou ao contrário, tenho muita facilidade em fazer amizades, sou bastante brincalhão e de bem com a vida”, explica o jovem.


Por ser natural de Campo Grande e conhecer a realidade daqui, ele acredita que Mato Grosso do Sul ainda não reconhece os esportistas de MMA como verdadeiros esportistas. "Não existe incentivo para que esses atletas se mantenham, até porque o custo para esse tipo de esporte é um pouco mais elevado, devido ao maior nível de preparação, treinamento e suplementação", constata.


(Foto: Arquivo pessoal)


Existem muitos atletas excelentes no Estado, mas por falta de incentivo e apoio eles acabam desistindo dos seus sonhos. Mas acredito ainda que isso vá mudar.”


Para o futuro, ele treina para entrar no hall dos melhores do UFC, sendo reconhecido pelas suas vitórias. “Busco me aperfeiçoar a cada treino, e a cada nova luta eu me sinto capaz de conquistar meu espaço. Sei que cada um tem seus problemas, suas dificuldades e que realmente não é fácil, mas acreditar que você é capaz, e o principal para você conquistar seus sonhos”, finaliza.

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