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há 11 anos

Taekwondo dá novo sentido à vida de pequeno cadeirante

Luta pela vida

O pequeno Luigi Palumbo nasceu com uma lesão na medula espinhal e, segundo os médicos, nenhum tratamento pode fazer ele andar. Um diagnóstico muito triste para uma criança cheia de vida, porém, através do taekwondo ele acabou encontrando uma forma de se integrar e treinar de igual para igual com as outras crianças da turma. E apesar da pouca idade, apenas 5 anos, se tornou um exemplo de motivação para todos ao seu redor.


“Ele tem uma lesão medular que impede o movimento das pernas, da cintura para baixo, é genética, já nasceu sem andar”, explica a jovem mãe Laura Palumbo, de 36 anos. Por conta do diagnóstico, os profissionais de onde ele faz tratamento, na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de São Paulo, aconselharam a utilização de cadeira de rodas desde seus dois aninhos de idade.


Porém, apesar da lesão, seu desenvolvimento cognitivo é perfeito, e como toda criança, é alegre e adora brincar. Já na primeira escolinha mostrou interesse por luta através do karatê. Fez as aulas por algum tempo, mas segundo a mãe, ela “não sentiu firmeza” e acabou desistindo. “Então tem uma amiguinha na escola, a Maria Clara, que faz taekwondo e todo dia ele falava para mim que ela o convidou e que o sonho dele era fazer também”, diz a mãe.


(Foto: Tiago Brandão)

Pai, mãe e Luigi. (Foto: Arquivo pessoal)


“Então eu fiquei com aquilo na minha cabeça e me perguntei 'meu Deus o que é que eu vou fazer com esse menino?'. Fui me informar na escola quem era essa Maria Clara e se ela faz mesmo a luta e me falaram que o mestre é o tio dela, o Tiago Brandão”, relembra. Ao chegar em casa pesquisou na internet e viu várias fotos de cadeirantes fazendo aula no Facebook do instrutor, o que despertou sua atenção.


“O que tinha na minha cabeça é que taekondo era só chute e no tatame. Daí eu pensei 'meu Deus, esse menino não vai poder fazer isso? É só uma ilusão para a cabeça dele?'”, se questionou Laura, que ao entrar em contato com Tiago, viu que a história é totalmente diferente. “Ele disse que na faculdade eles aprendem que é obrigatória essa questão da inclusão, só que ele não é procurado, e gostaria de ter oportunidade de ensinar o Luigi, de adaptar aquilo para ele.”


“O esporte mudou a rotina dele, a vida dele, o animo dele, a alegria dele. O primeiro dia foi emocionante.”


De acordo com a mãe, o esporte transformou não só a vida do pequeno Luigi, mas também a de todos ao seu redor, incluindo os outros alunos. Por um lado, seu filho se sente motivado e incluso na sociedade pelo convívio com outras crianças, enquanto os coleguinhas se esforçam para ver o Luigi bem. “Ele chega e todas as crianças ficam em cima querendo ajudar, inclusive a gente fala que não pode ficar empurrando, ele tem que se virar”, diz.


(Foto: Tiago Brandão)

Maria Clara foi a grande incentivadora. (Foto: Tiago Brandão e arquivo pessoal)


E os benefícios são muitos, que vão desde noções de disciplina e respeito ao auxílio no movimento das mãos. “Na luta ele imita o mestre, o Tiago para ele é um exemplo e tudo o que não consegue fazer, ele coloca o outro professor para adaptar os movimentos, como os da mão. Ele tem uma dificuldade na mão esquerda que vem diminuindo porque ele tem se esforçado para fazer os movimentos”, ressalta.


Para Laura, o que mais pesou na escolha da escola de luta foi o fato do próprio Tiago ser um incentivador, e não ver obstáculos para incluir Luigi nas aulas. O esforço do mestre vai de contraponto aos “nãos” que ela ouve de muitas pessoas e instituições. “Então quando você encontra um lugar, encontra oportunidade e ouve mais 'sim' do que 'não', você acha que aquilo é uma maravilha. E para ele tem sido muito importante mesmo”, comenta.


“O esporte é muito importante, mas também o acolhimento da academia, não só do mestre, mas também das crianças. O ambiente foi primordial para minha escolha, se eu chegasse lá e escutasse muito 'não' eu teria ido embora”, revela a mãe que se diz entusiasmada caso seu filho resolva seguir carreira como para-atleta. “Eu vou ficar muito feliz. Assisto todas as olimpíadas antes mesmo de ter ele. Então eu acho que é um meio dele conseguir se igualar e ter uma vivencia diferente das coisas que ele já vive”, complementa.


(Foto: Tiago Brandão)

(Foto: Arquivo pessoal)


E quem garante que o pequeno tem futuro é o próprio mestre: “Inclusive ele participou de um festival de taekwondo na semana passada e recebeu medalha de participação, ele jogou queimada, participou de competições de estafeta. Com essa prática ele abre um leque de possibilidades, e pode até virar um professor de luta. Mas mais importante aqui é ele está feliz”, afirma Tiago Brandão.

 

Assim como a mãe Laura e próprio Luigi tiveram inciativa de começar no esporte mesmo com as necessidades especiais, o mestre espera que outros cadeirantes também pratiquem taekwondo em Campo Grande. “Eu já oferece isso há muito tempo. Eu ponho na internet, no Facebook, mas as pessoas não procuram”. Aos interessados, a Academia Brandão fica na rua Antonio Maria Coelho, número 770. Mais informações na página oficial.

 


“Eu tive muito medo e dúvidas de ser uma ilusão porque o chute é legal também, e será que ele não vai querer fazer isso? Depois eu percebi que não posso pensar assim porque eu não quero ele fique da cadeira para o sofá, de um sofá para uma cama. Eu tenho que dar oportunidade para ele fazer este tipo de esporte”, finaliza a mãe.


(Foto: Tiago Brandão)

Mestre Tiago Brandão ensina golpe para Maria Clara. (Foto: Reprodução/Facebook)

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