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Adolescente tem recaída após internação e mãe denuncia descaso em posto de saúde

10 março 2016 - 16h34Por Dany Nascimento

As longas horas na fila de espera continuam fazendo parte do dia-a-dia daqueles que buscam atendimento nas unidades de saúde da Capital. Desde às 11 horas aguardando atendimento para a filha Letícia Gabrieli Penajo Soares, 15 anos, a espera deixou Jacinta Penajo de Souza, 52 anos, revoltada com o atendimento do posto de saúde do bairro Guanandi.

A mãe relata que, desde a semana passada, busca atendimento na unidade e, após alterar a voz para os médicos, conseguiu um encaminhamento para a menina, que foi internada no Hospital Universitário.

"Ela está sempre com essa dor muito forte na cabeça e eles sempre dão dipirona na veia dela. A dor passa e vamos embora. Quando o efeito passa, voltamos para o posto e assim foi minha semana. Até que cheguei a um ponto em que gritei com os médicos porque ninguém sabe dizer o que minha filha tem. Depois disso, eles encaminharam ela para o Hospital Universitário", explica Jacinta.

Durante a internação, a mãe afirmou que Letícia fez diversos exames e nada foi constatado. A menina recebeu alta ontem (9) e nesta quinta-feira foi para a escola normalmente, mas durante a aula sentiu novamente a dor. "O diretor da escola me ligou e falou que ela estava passando mal. Peguei ela antes das 11 horas, vim para o posto e aqui estou até agora. Tem mais de quatro horas que estamos aqui", afirma Jacinta.

De acordo com a mãe, a dor que Letícia sente na cabeça vem repentinamente e a menina grita e chora de dor. "A dor vem do nada, ela grita muito e chora de tanta dor. Mas ninguém liga, ninguém se importa. Já fui na triagem, mas eles não se importam, falam que já colocaram a ficha dela como prioridade, mas não tem como, porque ainda estamos aqui".

Segundo Jacinta, o descaso não acontece apenas com ela, já que muitas pessoas aguardam atendimento na unidade de saúde desde o período da manhã. "Nem o médico dá para ver, porque o consultório fica no fundo. Só escutamos a voz. Tem gente aqui que está há mais tempo que eu aguardando. É um descaso total o que passamos nas unidades de saúde".

A demora no atendimento prejudica pacientes que, muitas vezes, acabam perdendo a vida. Uma idosa de 67 anos morreu na semana passada, após ficar horas aguardando atendimento na UPA Universitário e a família demonstrou total indignação com o descaso que a paciente sofreu antes de perder a vida.