A beleza do Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, foi o cenário para o reencontro de quatro amigas, que se conheceram durante a faculdade, ainda em 2001, em Três Lagoas. Nas lembranças, os perrengues da vida estudantil, os improvisos e bagunças em uma época sem rede social. Mas a mensagem maior desse encontro, diz uma delas, é que todas venceram e hoje celebram a vida.
Ilisandra dos Santos Queiroz, 37, e Ana Elisa de Moura, 37, eram de Campo Grande, mas não se conheciam e foram estudar no campus da UFMS em Três Lagoas. Lá, se juntaram com Andressa Estela Silva Carvalho, de Guararapes, e Andreia Soares Bezerra, de Itapura, interior de SP. Elas dividiram uma moradia estudantil, cedida à UFMS, e formaram uma segunda família, diz Ilizandra.
''Costumávamos nos arrumar juntas, uma fazer maquiagem na outra... Era isso, até emprestávamos roupas'', contou Ilizandra. Muita coisa foi vivida pelas quatro: conselhos amorosos, festinhas, dificuldades, tudo em meio a uma tremenda falta de grana.
''Comida principal era um miojo e misto quente. O secador era precário'', relembra aos risos a amiga. Ela também lembra que ''um real naquela época valia muito''. Elas guardaram alguns registros, mas poderia ser mais.
''Muitas coisas a gente não registrou... Esse negócio de redes sociais, aplicativos estavam no começo...'', lamentou.
Ana Elisa, Andrea, Ilisandra e Andressa (Foto: Estúdio Salmaze)
Das situações inusitadas que viveu com as amigas, Ilisandra lembra que, à época, com pouca grana no bolso, elas iam até um posto fiscal que fica na saída de Três Lagoas, e pediam carona. Sobre as amigas, ela diz que Andressa é a mais sentimental e emotiva. Andrea é a mais positiva e sensitiva e Ana Elisa a mais dedicada e alegre.
A Andrea, que hoje tem 48 anos, enfrentou uma batalha e tanto. À época, estava recém divorciada e tinha uma filha de 11 anos. Deixava a filha com os pais e só voltava para a casa aos finais de semana. Terminou o curso e passou na primeira tentativa no exame da Ordem.
''Apesar das dificuldades, era muito gostoso. Fizemos uma amizade legal. Aprendemos muito...'', relata Andrea.
Apesar de três delas - Ilizandra, Ana Elisa e Andreia morarem em Campo Grande, o reencontro no parque foi um momento especial.
''Viver essa nostalgia nos fortalece. Viveria tudo de novo e não mudaria nada. Foi uma transição da vida academia e da vida profissional...Nós vencemos'', reflete Ilisandra.