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05/10/2022 07:00

Amor é alicerce para casal enfrentar dificuldades 9 meses após rapaz ficar paraplégico

Paulo Sérgio ficou 4 meses internado por conta de grave escara, mas sempre recebeu apoio da família

Sobrevivente de um atentado em 17 de dezembro do ano passado, Paulo Sérgio, de 28 anos, nove meses após ficar paraplégico, encontra no amor da família forças para continuar e seguir se adaptando a uma nova vida, mesmo passando meses de dificuldades durante processo de recuperação.

Ao TopMídiaNews, a esposa da vítima, Ângela Cordeiro, de 32 anos, conta como foram dolorosos os meses seguintes a tragédia que mudou a vida do marido. O que era uma confraternização em amigos, terminou com uma pessoa morta e uma vida seguindo em cadeira de rodas.

Na noite do atentado, Sergio estava confraternizando a finalização do curso de eletricista que havia concluído com a turma em um bar em Campo Grande, quando por ciúmes, o marido de uma das colegas, que estava no grupo, foi ao local e atirou contra Sérgio e o amigo André de Freitas que não resistiu.

A esposa da vítima deu detalhes dos tiros que acertaram inicialmente o ombro, mas o projétil perfurou o pulmão e está alojada na medula, causando o diagnóstico que o deixou paraplégico. Depois de sete dias, Sérgio recebeu alta da Santa Casa e foi para casa da mãe até que sua residência passasse por modificações para que o ambiente pudesse receber a cadeira de rodas.

Depois de um período na casa da mãe, o rapaz pode voltar para residência onde permaneceu apenas 15 dias antes de internar novamente. "Meu marido internou em 8 de fevereiro para tratar a escara que deu no final das costas, região do cós. A ferida estava muito grave e ele ficou internado por 4 meses", conta.

Segundo Ângela, a ferida em Sérgio cresceu até chegar no tamanho de uma bola de futebol. Mais uma vez perto da morte, a vítima foi perdendo pedaços da região e precisou fazer retalho para fechar o buraco que atingiu 6 centimilímetros de largura e 3 de profundidade. 

"Sérgio estava quase morrendo por conta da bactéria que a escara deu. Ele precisou fazer colostomia, por não poder defecar para não contaminar a ferida, colocou sonda e passou um mês virado de bruços sem poder tomar banho por conta da lesão na pele", lembra. O rapaz ainda teve rejeição aos pontos, o que dificultada ainda mais a recuperação.

As dificuldades e o rumo que a vida de Sérgio estava tomando fizeram a vítima entrar em depressão e não aceitar o caminho. "Meu marido teve depressão, não aceitava tudo que estava passando, além de ficar paraplégico, precisou tirar pedaços do corpo por conta da ferida, estava sentindo que a vida só regredia, com isso ele não conseguia comer a comida do hospital, eu tinha que fazer almoço e janta, levar frutas para tentar animar ele", detalha.

Esposa afirma que o que fortalece a cada dia é o amor para vencer as dificuldades

Apesar dos momentos de dificuldade, sem dinheiro, desempregada, com INSS atrasado, e quando tudo parecia desmoronar, o casal se manteve forte pelo amor que os une há 9 anos e pela filha de quatro anos. "Nesse tempo a gente aprendeu a se respeitar ainda mais, conhecer os limites um do outro, dar espaço que o outro precisava, e sei que o que nos manteve forte para conseguir vencer um dia de casa vez foi o amor que sentimos um pelo outro", se emociona.

Através de muito esforço e dedicação pelo seu relacionamento, Ângela inscreveu o marido na Rede SARAH, para dar início a reabilitação do marido, onde Sérgio deve passar 21 dias em Brasília com equipe de Neurorreabilitação em Lesão Medula.

"É uma forma que ele vai aprender a lidar com isso, se locomover e voltar a ser o Sérgio, o homem da família. A reabilitação é um projeto do governo que não vamos desembolsar nada, ele só não foi porque para iniciar o acompanhamento com a equipe é necessário que o paciente esteja apto para reabilitação, apresentando condições clínicas favoráveis, e ele ainda não sarou 100% da escara e ainda está com a bolsa de colostomia", explica.

Hoje, Ângela afirma que a dor que a tragédia causou na vida da família não passa, mas eles aprendem a se reerguer todos os dias um com o outro.

"A dor ela não passa, às vezes a gente fala que esta bem, mas a vida deu um giro, tivemos que aprender nossas adaptações, e aprender um com outro, 9 anos juntos, e vejo que a dor que ele sente não diminui, relembra o passado, ele vê nossa filha chamar ele para brincar, correr e ela sem entender, isso é doloroso, mas a vida continua, e hoje vivemos pelo amor e o respeito, é o que nos une e fortalece a cada dia, ele sabe que eu preciso dele, assim vamos vivendo essa nova vida", diz a esposa.

Atentado na Justiça

Oito meses após o atentado que vitimou André e deixou Sérgio paraplégico, a audiência do réu foi realizada e abalou a família.

"Meu marido foi acusado de estupro, o rapaz não teve solidariedade, e nem arrependimento demonstrou arrependimento. Acusou meu marido e o amigo falecido de embebedar a esposa dele e dizendo que iriam abusar dela, sendo que ela estava em uma confraternização com outros amigos, jornais publicaram essa mentira sem ao menos ouvir nosso lado", lamenta.

Ângela conta que na noite o marido só permaneceu após o restante do grupo ir embora, pois daria uma carona a André, que morava em Sidrolândia e acabou sendo vítima de uma ação brutal.

"O homem sentiu ciúmes da mulher que estava no bar com os colegas de turma enquanto havia uma criança em casa precisando dela. O marido foi ao local e ela não foi embora, os meninos chamaram ele para se sentar com a esposa, mas ele atirou contra o André e meu marido.  Sérgio só ficou para dar uma carona e acabou tendo sua vida prejudicada por isso", conta.

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