Os elementos de amor e paixão tornam as experiências mais significativas e fazem os desejos se tornarem realidade. As motos se tornam um meio de proporcionar experiências que não são traduzidas em palavras, pois os sentidos se inebriam com a adrenalina proporcionada pela destreza na condução do veículo, muitas vezes ultrapassando os limites humanos e se instalando no campo da alma.
Nesta sexta-feira (27) é comemorado o dia do motociclista e o TopMídiaNews entrevistou alguns dos pioneiros das duas rodas no Mato Grosso do Sul. Seja moto custom, esportiva, chopper, off-road e até as mais populares, não importa porque o amor pelas duas rodas é como um complemento de vida e, na bagagem, cada pessoa leva o mais importante: histórias e momentos vividos.
Pilotando uma motocicleta Haybusa 1340 cilindradas, a psicóloga Rosana Costa, conhecida como ‘Estrela Solitária’, é motociclista há quatro décadas. Conhecendo vários países e praticamente todos os Estados do Brasil, ela conta, entusiasmada, com um sorriso largo e um brilho no olhar, sobre suas viagens.
“Tudo começou quando eu ainda era criança. Meu pai sempre gostou de motos, o amor que ele sentia acabou sendo transferido para mim e meus dois irmãos. Não tem como explicar o amor que sentimos, apenas conseguimos sentir, só quem vive nesse meio sabe a sensação. Esquecemos os problemas da vida e perigos na estrada. Pensamos sobre as coisas boas que tudo nos trazem, pessoas e culturas maravilhosas que conhecemos”, diz a psicóloga.
(Rosana e o pai)
Rosana percorre as estradas sozinha, por isso recebeu o apelido de ‘Estrela Solitária’. “Costumo dizer que não viajo sozinha e sim com Deus. Isso é ser motociclista, é comer poeira, passar por situações difíceis, realizar viagens longas e sempre manter o respeito com seu ‘irmão’. Participo da Confraria Haybusa, que é um grupo de pessoas que são apaixonadas pela motocicleta que tenho. Tudo começou com um homem chamado Sérgio Toso, no Estado do Rio Grande do Sul, e, hoje, já existem membros de vários lugares do Brasil e do mundo, mas apenas duas mulheres e uma delas sou eu. Sou a mulher que mais viajou pilotando uma motocicleta em todo país’’, contou.
‘Quando estou na estrada, fico perto de Deus’
Amigos há mais de 20 anos, outra figura carimbada em Campo Grande quando se trata de motociclismo é Lucio de Almeida, 59 anos. Presidente do moto clube Rota 55, fundado em Campo Grande em 2006, o ‘Tio Lúcio’ como é conhecido por muitas pessoas, se lembra que sua paixão pelas duas rodas começou ainda na década de 70.
‘“Diferente da Rosana que pilota moto esportiva, eu sempre preferi a custom, mas isso que é o motociclismo: o respeito e a irmandade. Já passei por um câncer e os meus colegas me ajudaram muito e a Rosana foi uma delas’’, destacou.
(Lúcio e o filho)
Ser presidente de moto clube não é uma tarefa fácil, ainda mais para quem foi um dos pioneiros na cidade. ‘Muitas pessoas confundem e acham que basta apenas ter uma moto e usar um colete para ser motociclista. Não é nada disso! Temos uma tradição, uma hierarquia e regras que precisam ser cumpridas. Um motociclista que nunca viajou, que acha que ir até Terenos, comer uma chipa e voltar, acha que é do meio [mas não é]. É muito legal gostar, mas tem que ter a tradição e seguir as regras de forma correta, respeitando o tempo certo, pois hoje em dia aparecem muitos moto clubes que acabam em poucos meses’, ressaltou.
