Antigo coração de Campo Grande, a rodoviária velha é hoje o retrato do abandono. Desde que ela foi desativa, em 2010, a região caiu no esquecimento e atrai, cada dia mais, usuários de drogas, moradores de rua e criminosos. O comércio que ainda resiste no local é escasso e convive com a insegurança e insalubridade.

Pensando nisso, a 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social abriu, nesta quinta-feira (1º), inquérito civil para “apurar eventual abandono em que se encontra o prédio da antiga rodoviária de Campo Grande e buscar alternativas de preservação do patrimônio público e da segurança da população em seu entorno”.

O processo, que foi colocado em sigilo, vai ser conduzido pelo promotor Humberto Lapa Ferri. No mês passado, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL) abraçou a causa e, buscando uma solução definitiva para ocupação do espaço, realizou uma reunião com empresários interessados em ir para o prédio e proprietários de salas.

“O prédio tem ótimos atrativos, fica na área central, é grande, faz parte da história de Campo Grande, porém sem definição da prefeitura, não é possível que os proprietários façam investimentos em melhorias. É preciso que o poder público dê uma solução definitiva para a parte que lhe cabe”, afirmou Heloisa Carvalho Cury, uma das proprietárias de salas no local.

Espaço é amplo, mas não tem circulação de pessoas - Foto: André de Abreu/Arquivo

O presidente da CDL, Adelaido Vila, se posicionou ao lado dos empresários, afirmando que a entidade vai intermediar a questão junto ao poder público, cobrando soluções e buscando parcerias para que o local seja revitalizado.

“Nosso papel, enquanto entidade representativa do comércio da Capital, é defender os empresários e promover o desenvolvimento do setor varejista, para isso vamos buscar soluções, parcerias e projetos para que aquele espaço, que tanta importância já teve em nossa cidade, volte a ser um polo de prosperidade em Campo Grande”, afirmou Adelaido.

Segundo a assessoria da CDL, na reunião foi criada uma comissão que, entre outras ações, buscará uma agenda com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), para que encaminhe uma definição do que será feito, e em qual prazo, com o espaço que pertence ao município.