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Campo Grande

há 2 meses

'Bem-vindo à Cracolândia': moradores do Nhanhá denunciam abandono e insegurança

Abrigo de usuários de drogas, furtos de fios, ruas esburacadas e outros problemas assolam o bairro de Campo Grande

O sentimento de abandono é o que mais define o dia a dia de quem vive no Jardim Nhanhá, em Campo Grande.

Cansados de esperar por melhorias, moradores colocaram uma faixa em tom de protesto na Rua Bom Sucesso com as frases: "Bem-vindo à Cracolândia"; "estamos abandonados pelo poder público"; e "onde o roubo de fio virou bom dia!!!"

A mensagem estampada resume o cenário enfrentado por famílias que vivem na região, marcada por furtos frequentes, ausência de sinalização nas ruas, buracos, sujeira, acúmulo de lixo e mato alto.

Um morador, que preferiu não divulgar o nome, relatou que até motoristas de aplicativo evitam entrar no bairro, considerado área de risco. “Você sai para ir ao mercado ou ao centro e nunca sabe se sua casa vai ser a próxima a ser arrombada. Já virou rotina", disse.

O sentimento de impunidade também preocupa. A comunidade denunciou a presença constante de usuários de drogas, furtos de fios a céu aberto e a falta de rondas policiais. “Não tem fiscalização, não tem poder público. Isso acaba atraindo quem quer se esconder.”

Segundo ele, a Rua Floriano Paula Corrêa, no cruzamento com a Travessa do Touro, é um dos pontos mais críticos. Sem quebra-molas, faixas ou placas de sinalização, o local virou pista de racha para carros e motos.

A situação preocupa ainda mais por estar a poucos metros da Escola Municipal Padre Heitor Castoldi e de um mercado, onde há grande circulação de pedestres, inclusive crianças.

“A gente só queria um quebra-molas ali perto do mercado, só isso já ajudaria muito. Mas ninguém nos ouve”, desabafou.

Além da insegurança, o asfalto esburacado agrava o descaso. “Parece a superfície da lua. Desvia de um buraco, cai em outro pior. Está intransitável”, afirmou o morador.

O Jardim Nhanhá hoje sofre com a desvalorização e a fuga de moradores. “As placas de ‘vende-se’ estão por todo lado. O bairro tem tudo para ser nobre, mas está esquecido. Assim nem de graça as pessoas querem vir morar”, comentou.

Sobre as solicitações feitas à prefeitura, o morador contou que já buscou ajuda diretamente na sede da administração e com os vereadores, mas não teve retorno efetivo. “Só dizem que está no cronograma. Estão com medo de entrar aqui ou simplesmente nos ignoram.”

A reportagem buscou contato com a Prefeitura de Campo Grande para comentar sobre a situação. Veja resposta:

A SAS informa que, quanto ao trabalho realizado por meio da Rede de Assistência Social do município, é desenvolvido continuamente um trabalho social de abordagem por meio do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) para pessoas em situação de rua, ofertando os serviços e acolhimentos da Rede de Assistência Social do município. O Serviço Especializado em Abordagem Social, atua por meio das equipes, 24 horas por dia, nos sete dias da semana, realizando abordagens em todas as sete regiões da Capital. As ações são realizadas por meio de buscas ativas, denúncias pelos dois celulares e mapeamento das regiões conforme as demandas, a fim de ofertar os serviços às pessoas em situação de rua. Para denunciar pessoas em situação de rua, basta acionar o Seas pelos telefones (67) 99660-6539 e 99660-1469.

As abordagens ocorrem diariamente nas sete regiões da Capital, sendo intensificadas na região central, viadutos, pontes, entroncamentos, praças e na região da Avenida Ernesto Geisel (Bairro NháNhá), e onde há concentração maior dessa população. O indivíduo tem por opção aceitar ou não o acolhimento. As recusas de atendimento por parte da população em situação de rua são um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, Inciso XV.

Durante as abordagens do SEAS já foi verificado que muitas pessoas que ficam nos semáforos da Av Ernesto Geisel, próximo a Vila Nhá Nhá, residem em casas do bairro e optam por ficar nos semáforos para  complementar a renda. No caso dos usuários de substâncias psicoativas, quando abordados pelos SEAS, muitos recusam o acolhimento em comunidades terapêuticas alegando a dificuldade, no momento, de iniciarem um tratamento.  

Caso a pessoa aceite os serviços ofertados, ela é encaminhada para uma das duas unidades de acolhimento do município ou para uma Comunidade Terapêutica. A SAS conta com 300 vagas ofertadas pela SDHU, nessas comunidades. Ressaltamos que nos 100 primeiros dias de gestão, o SEAS realizou mais de 1,3 mil encaminhamentos e fez mais de 1.9 mil abordagens nas sete regiões da Capital. Já o Centro POP promoveu 4,4 mil atendimentos aos usuários que buscaram o local e providenciou mais de 3 mil acolhimentos na Rede de Assistência Social do município. Os encaminhamentos referem-se a atendimentos de saúde, comunidades terapêuticas, Centro POP, UAIFAs, rede socioassistencial e outros serviços.

A Agência Municipal de Transporte e Trânsito (AGETRAN) informa ainda que irá intensificar a fiscalização na região mencionada, acompanhada do reforço na sinalização viária. A medida reforça o compromisso da AGETRAN com a segurança e a ordem no trânsito, garantindo mais fluidez e proteção para condutores e pedestres. Por sua vez, a Sisep informa que equipes de tapa-buraco estão fazendo serviços nas sete regiões de Campo Grande, seguindo o cronograma. 

A Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (SESDES) informa que a segurança pública de Campo Grande é realizada em conjunto com as forças de segurança do Governo do Estado e do Governo Federal, conforme estabelece a Constituição Federal. O papel principal da Guarda Civil Metropolitana (GCM) é a realização de rondas em prédios públicos, além de oferecer apoio às forças ostensivas, como a Polícia Militar.

É importante salientar que a GCM atua na segurança e no combate a crimes em parceria com as demais forças de segurança mencionadas, não sendo responsabilidade exclusiva do Município.

Na região, onde os bairros ao entorno do córrego e Shopping Norte Sul estão localizados, existe uma base da GCM no Bairro Taquarussu e a Gerência do Centro de Controle Operacional que realiza o monitoramento de diversos pontos da cidade por meio de câmeras. Além disso, Guarda está realizando diversas operações na região, como a Ferro-Velho, combatendo o comércio e recebimento de materiais furtados.

A GCM também realiza blitzes educativas e trabalho comunitário diretamente nos bairros, por meio da Base Móvel, que já atendeu diversos bairros dessa área anteriormente com serviços de Motopatrulhamento, Rondas, Patrulha Maria da Penha e Patrulha de Trânsito. Em 2025, as ações com a Base Móvel serão retomadas, contemplando novamente a região.

A GCM reforça a importância da colaboração da população. Qualquer flagrante de crime pode ser comunicado imediatamente pelo telefone 153 ou diretamente à Polícia Militar, pelo número 190, para que a viatura mais próxima seja enviada ao local.

Os proprietários de terrenos devem fazer a limpeza. A população é orientada a formalizar sua denúncia através dos serviços de teleatendimento da Central de Atendimento 156. Além disso, a denúncia relacionada a terreno baldio pode ser realizada através da plataforma Fala Campo Grande 156, disponível para download nas lojas de aplicativo para IOS e Android e também no sítio fala.campogrande.ms.gov.br, ambos disponíveis 24h por dia. Após a realização da denúncia, a fiscalização é encaminhada ao local. E sendo identificada a irregularidade o proprietário é Notificado para realizar a limpeza. Essa Notificação é enviada via Correios por Aviso de Recebimento (A.R.) para o endereço cadastrado nos dados do imóvel, após o recebimento do A.R. o proprietário tem o prazo de 15 dias úteis para o cumprimento da mesma. Transcorrido o prazo da notificação, o auditor fiscal da Semades retorna ao local para uma nova vistoria, caso não tenha sido cumprida a notificação, o proprietário então é autuado (multado), de acordo com o Código de Polícia Administrativa do Município. A multa neste caso varia entre R$ 3.219,00 e 12.876,00. Sendo clara a legislação em determinar que os proprietários dos imóveis lindeiros a vias e logradouros públicos, são obrigados a mantê-los limpos, capinados e drenados.

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