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Campo Grande

há 8 anos

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Caminhão leva atendimento de saúde à mulheres indígenas

Parcela significativa de Campo Grande, as mulheres indígenas receberam atendimento especial na manhã deste sábado (19), na Unidade Básica de Saúde da Vila Popular.  A “Ação pela saúde das mulheres indígenas” levou um caminhão do Hospital do Câncer de Barretos, para que as mulheres possam realizar exames preventivos voltados para o tratamento do câncer de mama, além de exames ginecológicos e obstétricos.

A secretária da Semmu (Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres) Leyde Alves Pedroso, explicou que a saúde da mulher indígena necessita de cuidados especiais por parte do poder público, já que existem particularidades culturais que fazem com que a mulher indígena fique, muitas vezes, marginalizada no atendimento. “Foram 15 dias de visitas informativas, explicando o programa, explicando os exames”, contou.

Além das mulheres indígenas, todas as mulheres do bairro podem ser atendidas, realizando além dos exames preventivos, mamografia, medição de pressão e consultas. Cinco ginecologistas estão presentes para realizar os exames.

A ação faz parte do programa Consulta Única, que agora está de volta a capital, conforme explicou o prefeito Alcides Bernal. “Tem centenas de atendimentos já programados na consulta em ginecologia e obstetrícia, vamos ter também exames de mamografia, vagas pra fazer a ultrassonografia, pélvica, mama, transvaginal, coletas e preventivos, atendimentos da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública)e secretaria da mulher.

Cerca de 16 mulheres indígenas estiveram presentes durante a manhã.  A secretária explicou que a comunidade mais alcançada foi a da aldeia urbana (ainda não foi reconhecida pelo poder público) do bairro Bosque Santa Mônica, a comunidade “Tumuné Kaliwonó”, que na língua Terena significa “Crianças do futuro”.

A indígena Adriana Elena dias mora em Campo Grande há quatro anos e afirma que o atendimento dos órgãos de saúde pública, como Sesau e a Funasa (Fundação nacional de saúde) está negligente com os povos indígenas. “Fiz uma cirurgia para a catarata e precisei fazer no outro olho, mas não tive como ir. E não tinha transporte. Falta mais atenção”, explicou.

Coordenador da Coordenadoria de Assuntos Indígenas de Campo Grande, Adierson Venâncio Mota explicou que espera que as ações da prefeitura sejam um “pontapé inicial” para tratar assuntos dos povos indígenas na cidade. “As mulheres indígenas tem outro modo, gostam de conversar com outras mulheres indígenas e com a liderança”, explicou.

“Na nossa comunidade, muitas vezes as mulheres não tem oportunidade de fazer um atendimento”, explicou a líder das mulheres da comunidade indígena do bairro Santa Mônica, Cenira Ovídio Marcos. “A principal diferença é que as mulheres brancas tem mais espaço no atendimento da saúde”, complementou.

   Líder das mulheres indígenas do Bosque Santa Mônica Cenira Ovídio Marcos (foto: André de Abreu)   

Ao ser questionado sobre a ação significar um passo inicial por mais atenção da prefeitura às questões indígenas em Campo Grande, Bernal afirmou que “essa é uma maneira que nós encontramos de enfrentar uma demanda reprimida que tem ganhado um grande volume e que a gente precisa resolver isso”.  

“Com certeza é um passo significativo na melhoria no atendimento da saúde pública. E nós estamos deslocando e descentralizando o atendimento e levando para vários pontos da nossa cidade”, declarou.

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