Campo Grande registrou cinco mortes no trânsito em apenas 9 dias de maio, quando é promovida a campanha Maio Amarelo, voltada à conscientização sobre os altos índices de acidentes nas vias. Os casos envolvem motociclistas e evidenciam a vulnerabilidade desse grupo nas ruas da Capital.
A primeira morte ocorreu na manhã de segunda-feira (5). A jovem motociclista Alinne Souza Cândida, 25 anos, morreu ao derrapar em um monte de areia enquanto fazia uma conversão no cruzamento das ruas Engenheiro Paulo Frontin e José Maurício, no Bairro Los Angeles.
Um ônibus que aguardava a manobra da moto acabou atingindo Alinne após a queda. A principal hipótese é que a vítima tenha caído no ponto cego do motorista, que não conseguiu vê-la antes de arrancar com o veículo. A morte foi constatada ainda no local.
Menos de 24 horas depois, outra tragédia. Expedito de Jesus Moitinho Neto, de 24 anos, morreu na terça-feira (6), após não resistir as complicações do acidente que sofreu na madrugada de segunda-feira (5), em um cruzamento do Nova Campo Grande, em Campo Grande.
Expedito estava em estado gravíssimo na Santa Casa após ser atingido por um carro, Hyundai HB20, conduzido por um homem de 58 anos, que não respeitou a placa de "Pare" no cruzamento da Rua 57 com a Rua 50.
Com o impacto, o motociclista sofreu ferimentos graves e foi atendido no local pelo Corpo de Bombeiros, sendo encaminhado em estado crítico à Santa Casa de Campo Grande.
No mesmo dia, no final da tarde, Maria Isabel de Oliveira Souza, 23 anos, morreu na Santa Casa de Campo Grande. Ela era a garupa da moto Honda Biz que se envolveu em um grave acidente de trânsito, durante a manhã, no cruzamento da Avenida Rouxinol com a Rua Cândida Lima de Barros, no bairro Tiradentes, em Campo Grande.
A jovem estava grávida de 30 semanas e perdeu o bebê devido ao acidente. Ela chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu e foi a óbito.
A mãe da jovem, Patrícia Helena Lopes de Oliveira, 48 anos, era quem conduzia a motocicleta e morreu logo após dar entrada na Santa Casa, ainda pela manhã.
Conforme a Polícia Militar de Trânsito, em checagem ao sistema SENATRAN (Secretaria Nacional de Trânsito) foi constatado que a condutora da moto não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Motociclista teria desrespeitado a preferencial e acabou atingida em cheio por um Fiat Fiorino que seguia pela Avenida Rouxinol.
A motociclista não diminuiu a velocidade, mesmo diante da sinalização horizontal e vertical no cruzamento, mostra as câmeras. Com impacto, tanto a piloto quanto a garupa foram arremessadas.
Aparentemente, durante o arremesso, o capacete das duas é projetado e chegam a bater a cabeça contra o chão. A moto foi parar a 35 metros do local da batida.
Três dias depois, o motociclista Huanderson Heleno Rodrigues dos Santos, 38 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão, em grave acidente na BR-262, na saída para Corumbá, em Campo Grande. O caso aconteceu na manhã desta sexta-feira (9), no Indubrasil.
O acidente ocorreu na rotatória de acesso entre Indubrasil e Terenos. Segundo testemunhas, Huanderson estava indo trabalhar em uma Honda Biz. Ele trabalhava em Indubrasil.
Huanderson seguia na motocicleta no mesmo sentido que o caminhão quando foi atropelado logo após a lombada elevada. O caminhoneiro teria chegado a parar após o atropelamento, mas em seguida continuou viagem, sem prestar socorro, relatam testemunhas.
Motociclista aparece com exposição de massa encefálica no asfalto. Segundo testemunhas e o motorista do caminhão, Huanderson teria derrapado e caído sobre a pista.
O caminhoneiro teria tentado frear, mas não conseguiu a tempo, passando a roda sobre a cabeça de Huanderson. Após fugir do local, ele procurou a Superintendência da PRF e relatou o caso. Segundo ele, ele fugiu por medo de linchamento.
Maio Amarelo
Com o tema "Desacelere. Seu bem maior é a vida", a campanha Maio Amarelo foi lançada na segunda-feira (5) em Campo Grande. Durante o lançamento, a prefeita Adriane Lopes chegou a comemorar os resultados positivos obtidos nos primeiros meses de 2025 e destacou a importância de reduzir não apenas a velocidade nas ruas, mas também o ritmo acelerado da vida cotidiana.
"Mais calma no caminho, mais calma na vida, porque muitas vezes o trabalho é intenso e a gente vai passando os dias e não observa a nossa velocidade", diz durante o discurso de lançamento.
A campanha deste ano inclui blitzes educativas, palestras em escolas e empresas, e ações em cruzamentos estratégicos da cidade.