Um dos principais pontos de lazer da região sul de Campo Grande, o Parque Ayrton Senna hoje está destruído com grades e portões quebrados e arrancados, comprometendo a segurança de quem frequenta o espaço no bairro Aero Rancho. Além da situação degradante de mal-cuidado, dentro do parque a situação é ainda pior, um colapso estrutural que escancara o desleixo da gestão Adriane Lopes com os espaços públicos da Capital.

Quem chega para passear ou passar uma tarde encontra o espaço com bancos escassos e quando os encontra estão quebrados. O parquinho infantil está em estado deplorável, novamente com balanços quebrados e sem boa estrutura de acesso ao escorregador.

O local que deveria ser de diversão virou uma área de risco de contaminação com fezes de animais espalhados em torno do parque infantil e com as grades de proteção destruídas.

As quadras esportivas fora do complexo não têm proteção, expondo mães e crianças a situações perigosas. “Já vi mãe com bebê no colo levando bolada no rosto. É revoltante”, relata uma moradora de frente do parque.

Banheiros em péssimo estado completam o cenário de abandono. Dos que existem, apenas dois funcionam, um masculino e um feminino, mas sem trancas nas portas. Os principais, com mais sanitários e pias, estão trancados há anos. O teto está caindo, as instalações estão destruídas e inutilizáveis. Mulheres relatam que precisam de alguém na porta enquanto usam os sanitários para evitar constrangimentos.

Outro símbolo da decadência são as piscinas do parque, que já serviram para aulas de natação e atividades de fisioterapia, mas hoje mal atende os moradores da região.

“Antes, crianças podiam nadar a partir dos 4 anos. Agora, só acima dos 7 e olhe lá. Mesmo assim, é quase impossível conseguir vaga. As piscinas poderiam ser usadas para tratamento de fisioterapia também, ajudar os mais idosos na hidroginástica. Mas, infelizmente, as piscinas estão paradas e só acumulam no lodo”, diz o farmacêutico Rafael Leque, de 36 anos, morador da região.

As denúncias feitas por diversos moradores foram confirmadas pelas lentes do fotógrafo do TopMídiaNews, que registrou o abandono em cada canto do parque: brinquedos danificados, portões quebrados, lixo acumulado e áreas completamente degradadas.

Moradores cobram providências urgentes da prefeitura. Para eles, o Parque Ayrton Senna, o segundo maior da cidade, deveria ser referência em lazer, saúde e convivência, mas virou símbolo da omissão e da falta de gestão pública.

“É inadmissível uma Capital deixar um parque desses chegar a esse ponto. É a prova de que falta compromisso com as comunidades que mais precisam”, afirma o trabalhador.

A reportagem levou as reclamações dos frequentadores até a prefeitura e questionou quando devem ser feitas as manutenções no parque e aguarda retorno.

Em resposta a Funesp disse que:

A Fundação Municipal de Esportes (Funesp) esclarece que o Parque Ayrton Senna recebe manutenção diária e ações constantes de conservação executadas por equipes da própria Fundação. Entre os serviços realizados estão a limpeza dos banheiros, coleta de resíduos, poda regular da grama em áreas de convivência e pistas de caminhada, além de vistorias frequentes na iluminação, instalações elétricas e hidráulicas, e reparos em estruturas como corrimãos, bancos e lixeiras.

Além da rotina de cuidados, o parque também recebe melhorias pontuais durante mutirões e eventos, como pintura, revitalização dos vestiários, das quadras esportivas e constante vistoria de itens de segurança, como extintores.

Com relação à segurança, a área conta com o apoio permanente da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, que realizam rondas regulares no entorno e dentro do parque, 24 horas por dia.

A Funesp reconhece, no entanto, que o local tem sido alvo constante de atos de vandalismo, como furtos de cabos, destruição de brinquedos e depredação de estruturas, o que compromete diretamente a experiência dos usuários e dificulta os trabalhos de manutenção. Mesmo com os reparos contínuos, esses danos causam prejuízos significativos à infraestrutura e à segurança dos frequentadores.

Diante desse cenário, a Fundação reforça a importância da colaboração da população e defende a intensificação de ações integradas, incluindo campanhas de conscientização e mobilização comunitária, para que o Parque Ayrton Senna continue sendo um espaço seguro, bem cuidado e acessível para todos os moradores de Campo Grande.

*Matéria alterada às 8h46 de 12 de junho para acréscimo de resposta da Funesp