Campo Grande tem lugar para a comédia? Considerado o 'palhaço da família', o comediante Fred Oshiro investiu no dom e foi para os palcos fazer stand up. Há oito anos na área, ele ficou dois anos longes dos palcos de grandes centros durante a pandemia e montou o próprio bar de comédia.
“Desde pequeno, eu sempre fui meio palhaço da família. Sempre fui bem-humorado, imitava os outros, e fazia teatro, apresentação, sempre era fazendo graça. Quando já estava maior, um colega do teatro falou: cara por que cê não faz? Você tem perfil, tem jeito. Aí, eu fui fazer o teste e o diretor, na hora, gostou de mim.”
Fred conta que, logo na sequência, fez a peça e depois entrou para o grupo de humor Arte de Quinta, que era só de personagens.
“Comecei a fazer personagens. Esquetes e, logo em seguida, parti para o stand up. Parei até de fazer personagem, e tudo mais, e fiquei fazendo só o stand up. Fui fazer em bar e teatro. Já fui para São Paulo, onde participei duas vezes do Risadaria, o maior festival da América Latina. Fiquei entre os dez humoristas mais votados. Depois desses resultado, eles fazem uma competição no bar Comedians em São Paulo e num teatro lá em Campinas. Eu fui finalista dois anos consecutivos, mas perdi os dois anos. Os ganhadores eram do Nordeste, e eles foram muito engraçados.”
Para ele, só o fato de ter participado já foi um grande aprendizado. “Eu lembro que, quando eu apresentei, a galera que estava julgando era o Madureira, do Casseta e Planeta, o Paulo Bonfá, que era da MTV e é idealizador do Risadaria, né? Ah, e o Marcelo. Só galera importante mesmo”.
Fred conta que, por conta da pandemia, teve de voltar para a Capital e ficou dois anos sem ir até São Paulo apresentar. Ele está voltando aos poucos e, nesse meio tempo, montou um bar de comédia na cidade.
Criou um bar comedy
“Montei um Comedy aqui em Campo Grande, o Cegê Comedy. Peguei a garagem da minha casa no Santa Fé e montei. Lá em São Paulo estão sendo criandos muitos bares pequenos de comédia e segui o exemplo como o ‘Clube do Minhoca’, que é pra setenta, oitenta pessoas, e exemplo do Bexiga Comedy.”
Ele afirma que ele já tinha vontade de montar um negócio. E o local ficou atrativo, com iluminação boa, palco, som, e vem ganhando público.
(Fred se apresenta no Cegê Comedy. Foto: Instagram)
“Vendo essa necessidade de ter um bar focado para o comediante, pensei e criei o espaço. Tem uns quatro meses que eu estou fazendo todo sábado e está sempre cheio. A galera vem pra ver comédia, o foco é a comédia, a galera se diverte, e volta.”
Como é fazer comédia em Campo Grande?
O comediante disse que a cidade tem campo promissor. “A galera de Campo Grande gosta muito de humor, é até engraçado, né? Porque a gente sempre brinca que campo-grandense nem cumprimenta na rua, né? Nem dá bom dia, nem nada. Mas a galera curte muito a comédia, para brincar e tudo mais.”
Porém, Fred destaca que não dá pra viver de stand up na cidade.
“A pessoa tem que ter outras rendas, porque só disso é bem difícil de viver. Ao contrário de São Paulo, por exemplo, que você sai de segunda a segunda e sempre vai ter uma casa pra fazer humor.”
Ele recomenda para a pessoa que está iniciando na área estude muito.
“Estudar. Porque tem muita gente que acha que faz piadas boas, mas sobe no palco e quebra a cara. E às vezes ela nem volta mais. Então, tem que estudar, tem livros que ensinam as técnicas, tem teatro, assistir os comediantes, pois, a gente sempre aprende. Acho que é estudar.”