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Campo Grande

Crise na saúde: cerca de 300 médicos da Santa Casa paralisam atividades

22 outubro 2015 - 11h25Por Mariana Anunciação

Cerca de 300 médicos do maior hospital de Mato Grosso do Sul, Santa Casa, iniciaram a paralisação dos serviços, nesta quinta-feira (22), por falta de pagamento. A crise na saúde já tinha sido anunciada, já que informamos recentemente sobre a “tensão” da mantenedora da Santa Casa, Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) que precisa receber os valores atrasados da Prefeitura Municipal de Campo Grande para não prejudicar o pagamento dos seus funcionários e a qualidade do atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A paralisação é dos médicos que atendem no ambulatório e fazem cirurgias eletivas, quando se consegue escolher a melhor data para se realizar o procedimento cirúrgico. Geralmente, a cirurgia é feita após diversos exames, que são praticados para obter as melhores condições de saúde do paciente. De acordo com a assessoria do hospital já foram canceladas 80 consultas eletivas no período da manhã.

Recentemente, o presidente da Santa Casa contou que estava em negociação junto à prefeitura para encontrar uma solução definitiva e gerir melhor o hospital. “Nós esperamos que a prefeitura quite a dívida de R$ 13 milhões. Só com fornecedores temos uma dívida de R$ 7 milhões mensais, sem contar que em dezembro tem o 13º salário e não teremos como cobrir todos os gastos. Temos que receber os valores em atraso”, informou Teslenco.

Em contrapartida, em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que a administração do prefeito Alcides Bernal (PP) está em dia com os repasses e reforçou que nenhum cidadão ficará sem atendimento médico, pois o fluxo de assistência ambulatorial e de cirurgias eletivas será reorganizado:


“Esclarece ainda que nos meses de setembro e outubro foram repassados R$ 30.820.590,42, sendo recursos do SUS na ordem de R$ 27.570.590,42 e recursos municipais na ordem de R$ 3.250.000,00.
Em outubro, já foi realizado o pagamento chamado pré-fixado no valor de R$ 16.048.103.83. O pagamento chamado pós-fixado aguarda o fechamento da produção pelo Ministério da Saúde para ser efetivado. A programação é de cerca de R$ 2.920.000,00 para a data de 28/10/2015.
Dentro do montante repassado há o valor de R$ 4.710.000,00 que a prefeitura adiantou e o Estado ainda não repassou para o município.
Em relação à divida encontrada, a mesma está sendo auditada para a certificação do valor, que gira entre R$ 10 e R$ 14 milhões”.

A assessoria do hospital informou ainda, que a tendência é haver mais desmarcações e a paralisação ser ampliada.