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Campo Grande

01/04/2019 18:53

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Encenação com método de tortura marca protesto contra golpe de 64 em Campo Grande

Na Afonso Pena, cerca de 100 pessoas se manifestam contra a ditadura militar no país

No dia em que há 55 anos se instaurava o comando militar no governo brasileiro, em uma intervenção que durou 21 anos, cerca de uma centena de pessoas se reuniu em Campo Grande para se manifestar contra a tortura e falta de liberdade da época. O encontro aconteceu nesta segunda-feira (1º) em frente a sede do Ministério Público Federal, na Avenida Afonso pena.

Com direito a performance do Grupo Colisão sobre o pau-de-arara, método de tortura utilizado pelos militares, a intenção era lembrar dos horrores daquele tempo. Uma carta pública assinada por quase 50 entidades em repúdio à ditadura militar foi lida aos presentes, também entregue ao MPF e à OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul). 

O sociólogo e professor Paulo Cabral falou ao microfone sobre suas lembranças vívidas da época. “Todos que eram taxados de subversivos sumiam ou morriam. Vivi de perto o sumiço de um companheiro, Abilio Clemente Filho, em 1971, negro e pobre, o primeiro de sua família a entrar na universidade. Até hoje essa dor não passa, é corrosiva. Em memória das vítimas e para que as novas gerações não vivam o horror de uma ditadura, protestamos”, diz, emocionado.

Políticos também compareceram, mas o protesto acontecia de maneira pacífica e com poucas bandeiras partidárias. O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) relembrou que viu de perto o que chamou de ‘autoritarismo antidemocrático’.


“Pra mim, quem apoia uma coisa dessas é doente, é um comportamento doentio e de desinformação crônica, geralmente vindo de pessoas frustradas e violentas. Quando eu era da Une (União Nacional dos Estudantes), levei com colegas jatos d’água, simplesmente por questionar algumas coisas. É um equívoco enorme querer celebrar uma época como essa”, diz.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) também classifica como ‘absurdas’ as recentes homenagens ao período, como o realizado no mesmo local neste domingo (31), que reuniu cerca de 30 pessoas. “Cresceu o ódio, a intolerância, as pessoas ao invés de buscarem soluções pro país escolhem o radicalismo. Se deixarmos isso crescer, é o fim da democracia, precisamos nos impor sobre intimidações e lembrar, para não repetir essa história triste do país”, afirma o deputado.

Presidente do Centro de Defesa de Direitos Humanos Marçal de Souza e do movimento Juristas pela Democracia, João Vitor Cyrino diz que é um momento de extrema importância para que seja retomada a aproximação da população para a política. “Vivemos essa dicotomia severa de valores, que tratam uma ditadura como salvação e contra a esquerda, o comunismo, sendo que até o PMDB, Ulysses Guimarães, eram contra a intervenção militar”, analisa.

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